Sem ETA e em crise, Espanha demite guarda-costas
21/03/12 12:15Na equação crise econômica + abandono das armas pelo grupo terrorista ETA, quem mais saiu perdendo foram milhares de homens que trabalham como guarda-costas na Espanha, que nesta semana receberam a notícia de dispensa formal pelo governo.
A maioria deles se dedicava a proteger autoridades do País Basco, região no norte que o ETA reivindica independência, familiares de vítimas e pessoas ameaçadas pelos terroristas, além de membros do próprio grupo paramilitar quando deixavam a prisão.
Em outubro do ano passado, depois de uma série de prisões a seus líderes, o ETA anunciou o fim definitivo de suas atividades terroristas e o abandono das armas. Juntando isso com a necessidade de cortar ao máximo para cumprir o déficit, como disse aqui há alguns dias, o premiê Mariano Rajoy anunciou esta semana que vai reduzir pela metade o número de escoltas contratados pelo governo espanhol. Em valores brutos, 425 homens vão para as ruas.
Isso por enquanto, porque essas demissões são apenas no País Basco. Nos próximos meses, avisou o governo, a tesourada atingirá guarda-costas país afora.
A classe, obviamente, se enfureceu e promete protestos para trabalhadores que, dizem, dedicaram suas vidas a proteger membros do governo e agora não têm alternativas de emprego. A Associação de Escoltas do País Basco pediu que, no lugar de demitir, o governo realoque esse pessoal para proteger mulheres vítimas de violência de seus parceiros e “etarras” (como chamam por aqui membros do ETA) recém-libertados da prisão.
No mês passado, para piorar, membros do Partido Socialista, que deixou o governo em 2011, anunciaram que deixarão de utilizar escolta.
Hoje, autoridades do governo e do País Basco estão aqui em Madri discutindo em um seminário o fim do terrorismo e uma alternativa para esse pessoal que, pelo visto, vai engrossar a já robusta fila de desempregados na Espanha, de mais de 23% da população economicamente ativa, ou quase cinco milhões de pessoas.
Mais um País falido……………….
“Uma resposta não quer dizer fim do conflito pode ser também um momento de paz”.
Creio eu que os cidadãos bascos esperam que o governo francês responda positivamente à possibilidade de por um fim definitivo às consequências do conflito,
ou melhor, acabe com o clima de desconfiança restaurando uma política sólida e justa para ambos.