Quem também se uniu aos protestos contra o aumento das tarifas do metrô foi o braço “sênior” do movimento dos indignados –aquele que tomou as praças da Espanha e inspirou o Occupy Wall Street, de Nova York.

Formada em maioria por antigos ativistas e idosos que simpatizaram com os indignados no ano passado, a turma, só de maiores de 60 anos, anda fazendo barulho.

No fim do ano passado, os vovôs indignados ocuparam a sede da agência de risco Fitch em Barcelona. Era um manifesto contra os recortes de pensões aqui na Espanha e na Grécia.

Na semana passada, pararam um ônibus também na capital catalã, desta vez em protesto contra o aumento das tarifas em maio.

Nesta manhã, 50 deles entraram no prédio da secretaria de Interior da Catalunha para pedir a libertação de três jovens presos no protesto da capital catalão durante a greve geral da Espanha, do dia 29 de março. Um dos presos é neto de um deles, segundo informou o movimento.

Como respeito aos mais velhos é bom e os espanhóis também gostam, o secretário geral de Interior recebeu os vovôs em audiência. Eles reclamaram, desta vez, da proposta de reforma do Código Penal espanhol que, entre outras mudanças, restringe o “direito de reunião” no país, tornando manifestações mais restritas e passíveis de se coibir. Não houve decisão sobre a libertação dos jovens, e o os vovôs deixaram o prédio sem confusão.

Uma atualização: três dos autores da sabotagem do metrô de Madri ontem sobre a qual contei aqui foram detidos hoje. Vão ser julgados, segundo a Polícia, por “desordem” e “ameaça pública”, e podem pegar até cinco anos de prisão ou ter de pagar multa de até 30 mil euros.