Essa onda contra a austeridade gerada pela vitória do socialista François Hollande na França também reanimou a esquerda espanhola. E colocou o governo do conservador Mariano Rajoy, focado na política de austeridade, em uma espiral de pressão interna e também dos vizinhos europeus.

Adormecido desde que perdeu o governo para o conservador Mariano Rajoy, em dezembro do ano passado, o partido socialista espanhol ganhou um fôlego impressionante desde o domingo.

Já Rajoy declarou nesta segunda-feira que vai buscar “se entender” com o socialista francês. Mas ainda não recuou da sua política de austeridade, principal marca de seu governo –toda semana, ele põe na mesa um novo apertão de cintos nos gastos do governo espanhol. Nesta segunda-feira, ele aproveitou para anunciar que vem aí um pacote de reformas no setor financeiro que deve incluir mais injeções do governo a bancos e aumento de impostos.

O governo de Rajoy, que a pouco mais de cem dias de governo já enfrenta desgaste, vai ser o grande foco de uma série de manifestações que acontecem este sábado em Madri para celebrar o primeiro ano do movimento dos indignados, aquele que tomou as praças da Espanha em 2011 e que inspirou protestos como o Ocupe Wall Street, em Nova York.

Na carona do socialista francês vitorioso, os manifestantes vão focar o protesto nas políticas de austeridade do premiê conservador.

Nesta segunda-feira, jornais e programas de televisão destacaram discussões sobre o “renascimento” do socialismo na Europa trazido pela vitória de Hollande.