O bálsamo de Lavapiés
21/05/12 15:40Desde que os conservadores assumiram o governo da Espanha, a vida dos imigrantes por aqui ficou mais difícil. O premiê Mariano Rajoy vem aos poucos endurecendo as leis para estrangeiros residentes em solo espanhol, que na última década era referência de integração de imigrantes.
Rajoy já restringiu a entrada de novos imigrantes, dificultou a renovação do visto para os que já estão aqui e, no mês passado, na medida mais polêmica de todas, cortou o acesso de imigrantes ilegais ao sistema sanitário, um benefício que apenas a Espanha, de toda a Europa, oferecia a estrangeiros sem documentação do país.
Neste fim de semana, no entanto, saiu uma surpreendente medida favorável a eles: a direção geral da polícia nacional proibiu as fiscalizações a grupos de pessoas na rua baseada em aspectos étnicos. Essa prática, chamada de “redada” –algo como “enredar” de uma só vez várias pessoas–, é muito comum principalmente aqui em Madri e em Barcelona.
Por lei, policiais espanhóis têm direito a parar qualquer pessoa suspeita na rua, inclusive cidadãos nacionais, e pedir identificação –quem não apresentar documento válido em território espanhol e em dia leva multa ou é detido, e pode até receber ordem de expulsão do país.
A grande questão é que são os próprios policiais que definem quem é suspeito e quem não é. Ou seja, negros e imigrantes com traços de alguma etnia bem marcados acabam sendo os alvos das tais “redadas”.
Há anos, Organizações Não Governamentais vêm denunciando que essas fiscalizações, além de serem arbitrárias, têm forte caráter discriminatório, restringem o direito de liberdade dos imigrantes e, em alguns casos, são feitas com violência.
Um dos grandes focos das fiscalizações é um bairro aqui do centro de Madri chamado Lavapiés, tradicionalmente zona de imigrantes indianos e paquistaneses e hoje com muitos africanos. Há pouco mais de um mês, passando pela praça principal desse bairro, que é bem perto do meu, eu presenciei uma dessas “redadas”. Apesar de não ver violência explícita, foi bem fácil notar a arbitrariedade da ação. Apenas negros, a maioria africanos, eram parados pelos policiais.
As fiscalizações acontecem muito também em bairros típicos de latino-americanos na periferia de Madri.
O governo sempre nega que haja esse caráter discriminatório, mas, com a pressão das ONGs, aceitou que a polícia nacional proibisse, em documento oficial, fiscalizações indiscriminadas ou baseadas em critérios étnicos. O objetivo, segundo um comunicado do Ministério de Interior de ontem, é evitar “interpretações imprecisas” por parte dos policiais de pessoas suspeitas.
Para Lavapiés, um bálsamo.
Acho que a medida ainda é fraca, creio que grupos de minorias não deveriam em nenhuma hipótese serem revistados ou abordados por policiais.
Chega de abuso e de repressão. O que o mundo precisa é apenas amor e compaixão.
Por esta e oujtras que digo aos meus mais de 5000 alunos nos ultimos anos: Morar na Europa? Conhecer Portugal, Espanha, Italia e outros para que?
Estamos enjoados desta gente.
Mas… professor? o senhor está prestando um desserviço aos alunos. Sugiro que conheça a Europa antes de emitir opniões tão preconceituosas.
concordo plenamente! Se o professor não teve a oportunidade de conhecer pelo menos esses 3 países citados, que incentive seus alunos a abrirem suas mentes e conhecerem a história fora dos livros. Como diz o Pedro, “xenofobia não é boa”
Estamos não, quem está é o você. A xenofobia não é boa.
E este senhor diz que é professor? Ou será que é “professor”. Assustador.
Oi Luisa, ótima matéria e excelente explicação da “redada”. Pena que estejam abordando as pessoas por aspectos étnicos. Certo dia, no metro de Madri, fui cercada por um grupo cigano do leste europeu, que só não roubou minha bolsa porque minha experiência nos ônibus cariocas falou mais alto. Eles não passariam incólumes por essa fiscalização!
O REFORÇO ETICO DOS POLICIAIS TERIA MAIS EFEITO NAS MEDIDAS DE COMBATE AO “TERRORISMO DOS IMIGRANTES”.