Barça x Athletic: os resultados
27/05/12 14:23
Quem acompanhou a final da Copa do Rei sobre a qual eu comentava na sexta-feira viu que, mais uma vez, deu Barça. Mas não é esse o resultado que quero contar aqui –até porque estou longe ter qualquer propriedade para comentar uma partida de futebol!
Como tinha dito, o jogo estava rodeado de tensões pela ameaça de vaias ao hino espanhol por parte das duas torcidas, por serem de regiões com movimentos separatistas, o País Basco (Athletic) e a Catalunha (Barça).
As vaias aconteceram, embora estrategicamente minimizadas pelo governo de Madri. Primeiro pelo tempo de duração do hino, reduzido a 27 segundos. Depois, por duas potentes caixas de som instaladas atrás de cada gol para reproduzi-lo. Dessa maneira, no áudio captado pelas emissoras de rádio e televisão se ouvia pouco as vaias e apitos da plateia. Jornalistas que estavam no estádio, no entanto, reportaram em textos e emissões para a TV que o ruído das vaias haviam sido bem mais altos.
Elas chegaram, contaram os repórteres, nitidamente aos ouvidos do príncipe Felipe, que dissimulou, e da vice-presidente da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, que fez cara de brava a aplaudiu com vontade o hino.
Depois da partida, foi difícil segurar o afã nacionalista catalão e basco. Os jogadores do Barça, como alguns aqui devem ter visto, desfilaram com a bandeira da Catalunha em campo, e um deles, o zagueiro Carles Puyol, o fez com a bandeira do País Basco na outra mão, em homenagem aos colegas derrotados.
O clima de amizade também imperou nas ruas. Catalães e bascos vestidos com camisestas e bandeiras de seus times andaram lado a lado por todo o centro de Madri antes e depois do jogo. Não houve registro de confusão. Depois do jogo, circulei pelas ruas e não vi nenhum sinal de provocação entre torcedores. Pelo contrário: muitos bebiam juntos em bares e trocavam informações turísticas.
A tal manifestação ultradireitista também fez pouco barulho, apesar dos cerca de 1.500 participantes, segundo a polícia, que desfilaram com bandeiras da Espanha em punho e pintadas no rosto.
Toda essa história me deu a impressão que, ao contrário da economia, o futebol espanhol tem ganhado credibilidade ante os vizinhos europeus e o resto do mundo.
muito bom!
entre mortos e feridos…salvaram-se todos!