Quando nem a Grécia salva
18/06/12 21:25Não é que a Espanha achava que seria salva pela vitória da direita nas eleições da Grécia deste domingo. Mas ninguém esperava que, mesmo com o êxito dessa direita –que defende a permanência grega no euro–, os mercados fossem pressionar ainda mais o país.
Foi o que aconteceu nesta segunda-feira: houve recorde histórico nos juros pagos pela dívida pública e no prêmio de risco –os dois principais medidores da confiança, ou desconfiança, do mercado.
Assim, mesmo com o respiro que a Grécia deu à Europa e com o resgate aos bancos espanhóis na semana passada, o alerta de uma intervenção financeira na Espanha voltou a soar por aqui. Hoje, o país já voltou a se questionar se, depois do resgate aos bancos, virá o resgate ao país.
O principal indicador foi que os investidores exigiram mais juros para comprar dívida pública do país. O índice chegou a 7,25%, bem perto do que Portugal e Grécia pagavam por suas dívidas quando tiveram que ser resgatados. As eleições gregas eram o último sopro de esperança para a Espanha. Agora, ninguém sabe mais por aqui o que fazer para domar essa desconfiança dos investidores.
Um relatório divulgado semana passada pelo ECFR (Conselho Europeu de Relações Exteriores, na sigla em inglês), o think tank da UE, sobre os possíveis cenários para a Espanha alertava que a intervenção financeira pode, a longo prazo, provocar a saída do país do euro. Isso porque o socorro provocaria mais cortes sociais, afetando a opinião pública, a estabilidade política e, com isso, a governabilidade do país.
Esse dias de Eurocopa, voltando ao tema do post anterior, têm amenizado a tempestade econômica. Hoje, o repórter que acompanhava o jogo da Espanha contra a Croácia na arquibancada do estádio resumiu o sentimento dos torcedores após a vitória que garantiu ao país ibérico a liderança no seu grupo: “Aqui ninguém entende de prêmio de risco”.
Quando será que a comparação de esportes com política, nos trará a mesma eficiencia, hoje em dia por que não dizer excelencia, encontrada nos atletas e preparadores?
Será que o recado dos esportes, só é visto pelo povo, e Jornalistas ao evidenciar este sucesso no meio de tanta crise? Será que deveríamos eleger atletas e preparadores?
Luisa, desculpe a curiosidade, mas gostaria de mencionar um detalhe nacionalista que talvez vc poderia confirmar ou não. Trata-se em suma da pergunta:
1. vc é brasileiro, não eu sou gaúcho.
2. vc é alemão, não eu sou bavaro
3. vc é espanhol, não, sou catalan.
Esse item 3 confere ou não ? Os itens 1 e 2 servem apenas como exemplos de um bairrismo exagerado. Imagino que na Espanha ainda exista um Item 4 quando se fala dos bascos.
Oi Neco,
Isso costuma acontecer sim. O catalão não costuma negar sua condição de espanhol, mas em geral frisa a de catalão.
abs!
curioso como o esporte se sobrepõe a qualquer momento de crise.