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Luisa Belchior

Diário Ibérico

Perfil Luisa Belchior é correspondente-colaboradora em Madri

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O Carnaval dos touros

Por Luisa Belchior
06/07/12 19:25

Imagine um grande Carnaval de rua com touros no lugar de bandas ou carros de som, roupas brancas e vermelhas no lugar de fantasias, e uma cidadezinha no norte da Espanha no lugar de Salvador ou Rio de Janeiro.

O resultado, grosso modo, é o festival de San Fermín, na cidade de Pamplona, não só a festa mais famosa da Espanha como a mais polêmica. Isso porque a principal atração são as corridas de touros, que são soltos em ruas de Pamplona e correm entre uma multidão até chegar à praça de touros (veja esta seção de fotos no site da Folha).

Os “sanfermines”, como é chamada a festa por aqui, começaram oficialmente nesta sexta-feira e só terminam daqui a nove dias. Até lá, as redes de televisão transmitem diariamente a festa –como fazem as brasileiras com o Carnaval. A TVE (Televisão Espanhola) tem até transmissão ao vivo pela internet.

Embora só aconteça na cidade de Pamplona, no norte da Espanha, a mobilização de todo o país durante essa festa é para mim algo espantoso. A festa atrai gente de todo o país e muitos de fora também.

E aí está um dos principais problemas dos “sanfermines”. A corrida com os touros, em teoria, é reservada a profissionais e pessoas com muita experiência, mas muita gente, em busca de adrenalina, também se metem no meio da bagunça. E a brincadeira nem sempre acaba bem: desde 1924, 15 pessoas morreram pisoteadas ou atingidas pelos touros. A última delas foi há três edições.

Este ano, porém, essa não é a única preocupação. Com a crise, o governo cortou 10% do orçamento da festa,  de 2,4 milhões de euros (cerca de R$ 6 milhões). A esperança da cidade é compensar o corte com a arrecadação dos turistas, que já ocupam 90% dos quartos de hoteis disponíveis, similar ao ano passado. A partir do quarto dia da festa, no entanto, a taxa já cai para os 70%.

Bom, como são nove dias de festa, voltarei a falar aqui sobre os desdobramentos da edição deste ano!

About Luisa Belchior

Luisa Belchior , 30, vive em Madri desde 2009. É doutoranda em Migrações Internacionais pela Universidade Complutense de Madri, onde cursou também especialização em Informação Internacional e Países do Sul. Começou na Folha em 2007, na sucursal do Rio, cobrindo os casos de violência da cidade. Antes, trabalhou no “Jornal do Brasil” e em “O Fluminense” e viveu seis meses nos Estados Unidos. É formada em jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro. De Madri, é também correspondente da "Globonews" e da “Radio França Internacional” e faz colaborações para a revista “Vogue”.
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Comentários

  1. Gill Albertini comentou em 18/07/12 at 11:44 pm

    Cada povo tem as suas idiossincrasias. Fica difícil dizer o quão idiotas são os brasileiros, quando o assunto é Festas… o gigante deflorado compartilha a totalidade de seus festejos na herança portuguesa e seus arraias são tão diversos que se recriam sempre… há palco pra tudo e quadrilhas idem…
    O dia 24 de junho que hoje é dedicado a São João Batista, era o dia do solstício (palavra que representa verdadeiro palavrão para certos candidatos do ENEM) de verão (época em que o sol passa por sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador, e que, a maioria dos estudantes se quer se dá conta). No hemisfério norte, para esse povo daí, é o fenômeno astronômico que significava o momento da viagem do sol quando, depois de ir subindo dia a dia cada vez mais alto no céu, ele para e faz o caminho de volta.
    No passado europeu, Eles acreditavam que nesses momentos abriam-se as portas em que se comunicavam o reino da terra com o reino do céu, e assim que as almas dos mortos podiam visitar seus lares para se aquecerem junto à fogueira, e que eles se reconfortariam com as homenagens de seus velhos amigos e parentes. Eles dançavam, cantavam, comia e bebia ao redor da fogueira para todas as almas amigas que acreditavam estarem ao seu redor.
    Aqui cultiva-se um tal de Padre Marcelo, mas a maioria não sabe quem foi São João Batista, aquele que batizou Jesus, seu primo… Mas voltando pras festas, aqui temos a Guerra das Espadas no município de Senhor do Bonfim na Bahia, que não tem touros, mas muitos perdem alguns membros na brincadeira de fogo… logo, babaquice não é exclusividde de nenhum povo, há que rir… ou chorar. Daí…

  2. Juan Adan comentou em 09/07/12 at 5:33 am

    Me gustan los encierros. Son emocionantes. De las corridas solo suprimiría el tercio de varas. Me encantan los toros. VIVA LA FIESTA NACIONAL.

  3. Neco comentou em 08/07/12 at 9:04 pm

    Acho que ja passou da hora dos espanhois acabarem em todo pais com todos os tipos de touradas, incl. essa de Pamplona. Essas tradições bobas não cabem mais no Século 21 a custa da morte de milhares de touros e algumas pessoas tambem. Isso é um absurdo! Parece-me cada vez mais – a distancia – que a tão falada crise espanhola está afetando só uma minoria pois a maioria está se divertindo com os touros, Eurocopa,etc……….

  4. Charles Piero Siemeintcoski comentou em 07/07/12 at 4:49 pm

    Oi, Luisa! Estou impressionado com a importância que os espanhóis dão a este evento. Não pensei que durasse tantos dias assim. Seu texto é impecável. O uso de touros nesta festa me fez lembrar a Farra do Boi aqui no Sul do Brasil, mais precisamente em Santa Catarina, onde moro. Hoje, ela é proibida por lei, mas, cada evento com suas idiossincrasias, já foi muito praticada. Um abraço! charles.1974@uol.com.br

  5. Frank Alarcon comentou em 07/07/12 at 10:54 am

    É impressionante como a colunista ocupa espaço para falar na polêmica morte de 15 pessoas desde 1924 mas não menciona nem sugere que a verdadeira polêmica e barbaridade é a morte dos touros no final: em um espetáculo bárbaro, medieval e cruel. Com certeza foram muito mais que 15 touros desde 1924.

    • Luisa Belchior comentou em 07/07/12 at 12:45 pm

      Olá Frank,
      Eu me referia a isso mesmo quando dizia polêmica. Mas é uma ressalva importante a que você faz. Há um grupo bem grande de proteção aos direitos dos animais que todos os anos faz protestos em Pamplona. Eu conto mais sobre os da edição deste ano em um próximo post.
      abs,
      Luisa.

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