Os 32 'poréns' do resgate espanhol
10/07/12 20:04O tão anunciado socorro aos bancos espanhóis foi oficializado hoje, quando União Europeia e Espanha assinaram um contrato para o “resgate”. Digo resgate entre aspas porque até agora o país ainda não decidiu se foi ou não resgatado.
O governo, como eu já disse aqui, insiste que não é resgate porque há nenhuma condicionalidade para o “empréstimo” de cerca de 100 bilhões de euros (R$ 250 bilhões) para bancos do país. Só que hoje ficou sabendo de uma série de poréns. Trinta e dois deles, para ser mais específica.
A lista de condicionalidades é extensa (veja aqui), mas alguns pontos chamaram mais a atenção por aqui. Um deles é que a Espanha estará sob vigilância da chamada troika –grupo formado pela Comissão Europeia, pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BCE (Banco Central Europeu). Pelo acordo, integrantes da troika visitarão a Espanha a cada três meses para vigiar o uso do dinheiro emprestado.
O ponto que causou mais revolta por aqui é o que exige ainda mais reformas e cortes de gastos em não mais que três meses. Os espanhóis, que serão diretamente afetados por essa medida, não gostaram nada de saber que terão de pagar pelo empréstimo aos bancos.
Uma das primeiras respostas do governo de Mariano Rajoy deve ser a subida do IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado), que vai taxar mais até um simples cafezinho. Rajoy, que se opôs fortemente à ideia de subir esse imposto quando era líder da oposição, reconheceu esta manhã que este deve ser seu próximo passo.
Outra condição do contrato é que o Ministério de Economia espanhol e o Banco da Espanha perdem autonomia sobre a política financeira do país, que será mais tutelada pela UE. A tal da troika poderá acessar dados sigilosos dos dois órgãos e inspecioná-los sempre que quiser.
É resgate ou não é? Por aqui, o debate continua.
Ao final deste ano 2012 teremos uma dívida total (administraçoes públicas, familias, empresas e entidades financieiras) de 420% do PIB com juros de 7% ¡Un auténtio desastre numa economía em receçao e inflacionaria!
É resgate sem dúvida, pois depende da fiscalização e do comprometimento com as condições firmadas pelas instituições credoras. Só não gostam de utilizar este termo por razões politicas e, talvez, para tentar preservar a pouca credibilidade que ainda resta.
Com tantos cortes pra salvar o sistema financeiro, dá até pra entender a revolta dos espanhóis.
se é resgate não sei, porque não sei as implicações exatas da palavra, mas é a perda da soberania financeira do país!
Claro que é resgate. O problema é que pra o governo dizer que é resgate é ruim politicamente.
Perda de soberania, redução de salarios, aumento de impostos etc etc RESGATE.
E uma coisa tambem, os funcionarios espanhois perdem o decimoquarto salario.
Los funcionarios en España nunca hemos cobrado 14 pagas, solo cobrábamos doce (12) pagas y luego dos (2).medias pagas.
Gracias Juan por aclararlo