Não bastasse a crise econômica, a Espanha vive uma “zica” também na Olimpíada, com eliminações surpreendentes, gols não marcados e atletas se lesionando a cada dia. Só hoje saiu a primeira medalha para um atleta do país, de prata em uma prova de natação.

Até agora, é a pior campanha espanhola em Olimpíadas desde 1988. É não é por falta de bons atletas –a Espanha é por tradição potência esportiva na Europa. O que tem acontecido é uma série de casualidades, todas desfavoráveis aos competidores ibéricos.

Antes mesmo de começarem os Jogos de Londres, a Espanha já queimou a largada. Primeiro foram as péssimas repercussões ao uniforme escolhido para vestir a delegação espanhola, desenhada por uma empresa russa.

Em seguida, o tenista Rafael Nadal anunciou sua ausência em Londres por lesão, dias depois de ser eleito o porta-bandeira do país. O jogador de basquete Pau Gasol o substituiu.

Uma vez começada a Olimpíada, o futebol –esporte que vivia um ótimo momento, com a vitória das duas últimas Eurocopas e da última Copa do Mundo– foi a primeira, e talvez a maior, decepção. A seleção espanhola foi embora hoje de Londres como última de seu grupo, com duas derrotas, contra Honduras e Japão, e um empate, contra Marrocos. Não marcou nem um gol sequer.

E daí para frente foi uma sucessão de trapalhadas: um gol que o juiz não marcou deixou de fora a equipe de polo aquático; um pênalti não marcado eliminou a equipe de handebol; no vôlei de praia, um jogador adversário invadiu a quadra espanhola para devolver a bola e garantiu o ponto que derrotou os ibéricos. E, lesionados, os atletas do país foram sendo eliminados em competições como hóquei, tiro ao alvo, tênis, natação.

A imagem da “zica” até agora é a do ciclista Luis León. A corrente de sua bicicleta soltou quando ele dava nada menos que a primeira pedalada, o que, obviamente, o deixou também sem medalhas.

Agora de noite, um comentarista esportivo da Televisão Espanhola pediu que alguém em Londres coloque um pé de coelho na roupa dos atletas do país.

Mas não foi preciso. Antes disso, a nadadora catalã Mireia Belmonte conseguiu a prata nos 200 metros borboleta, resultado que fez os espanhóis voltarem a acreditar nos Jogos. A esperança agora são as provas de vela e o basquete. Eu estou na torcida!