Madri 2020?
13/08/12 17:04A disputa mais acirrada entre Brasil e Espanha nesta Olimpíada foi fora das quadras. No ranking de medalhas, os dois países ficaram bem próximos na maior parte do tempo. Desta vez, os ibéricos levaram a melhor e terminaram os Jogos na 21ª posição, uma à frente do Brasil, também com 17 medalhas.
Digo desta vez porque o Brasil vencera a última disputa “fria” entre os dois países, a escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Para quem não lembra, Madri e Rio foram os dois finalistas na briga pela próxima Olimpíada.
Voltando a Londres –que aliás também batera Madri na disputa pelos Jogos de 2012–, a Espanha saiu mais ou menos satisfeita com as medalhas conquistadas. Enquanto o Brasil admitiu que precisa melhorar muito seu desempenho, o secretário de Esporte espanhol disse que o desempenho foi “melhor que as expectativas” e ficou até um pouco acima do número de medalhas estimado.
É que o resultado corresponde à média de desempenho da Espanha desde a Olimpíada de 1992. Naquele ano, em Barcelona, o país conseguiu seu melhor resultado, o 6º lugar, com 22 medalhas. Na edição anterior, em Pequim, angariou 18.
Em Londres, a Espanha saiu-se muito bem dentro d´água. Das 17 medalhas, nove foram conquistadas em competições como natação, piraguismo, vela e waterpolo. Foi também uma boa Olimpíada para as atletas espanholas, que levaram 11 das 17 medalhas de seu país.
Uma que me chamou a atenção foi a de prata em luta livre, conquistada pela basca Maider Unda, que treinava nas horas vagas do trabalho com um colega de seu povoado, sem apoio ou patrocínio. A medalha foi, por isso, uma grata surpresa para a Espanha, especialmente por ser uma das primeiras a quebrar a fase de “zica” que os atletas do país enfrentaram na primeira semana, com lesões, eliminações, equipamentos quebrados e etc.
Foi só na segunda semana que a Espanha começou a caminhar no quadro de medalhas e conseguiu ultrapassar o Brasil.
O país ibérico também se deu bem no taekwondo, modalidade em que os três atletas enviados a Londres saíram de lá com medalhas no peito, uma de outro e duas de prata. Já o atletismo espanhol, que tinha 47 participantes aos Jogos, voltou para Madri sem nenhuma medalha, apesar de receber verbas do governo acima da média das modalidades olímpicas no país.
Mas como a Espanha é também o país do futebol, a grande decepção foi mesmo a seleção olímpica deles, que nem sequer passou da primeira fase.
Hoje, os noticiários anunciavam que os atletas começam a focar em 2016, embora o Comitê Olímpico do país já olhem mais para frente: depois de perder as disputas de 2012 e 2016, Madri se diz pronta para ganhar a briga por 2020.