Já faz tempo que os espanhóis deixaram em peso o trabalho no campo para migrar para empregos em grandes cidades ou setores como a construção.

Isso aconteceu sobretudo na Andaluzia, região no sul do país que concetra o maior atividade rural. Na falta de trabalhadores nacionais, os agricultores começaram a recrutar em massa mão de obra temporária estrangeira, sobretudo do norte da África.

Pois bem. Tudo isso até vir a crise na Europa e embaralhar lógicas e tendências no continente.

Outro dia estava vendo na televisão que muitos espanhóis, inclusive com alta qualificação, como engenheiros, estão se candidatando para colher frutas no sul da França.

Vão para regiões como Avingon para colher morangos. A mesma fruta das plantações para as quais, ironicamente, os marroquinos são contratados todos os anos na Andaluzia…

E por que os espanhóis não trabalham em seus próprios campos? Pelo menos pelas respostas dos entrevistados do programa que assistia, os benefícios são bem maiores fora de casa.

Por uma jornada de 30 dias, podem ganhar até € 3 mil, cerca de R$ 7.500. Algo mais que o triplo pago a trabalhadores marroquinos na Andaluzia.