Do choque de ordem em Barcelona
18/08/12 00:03Barcelona começou hoje a aplicar multas a quem busque por serviços de prostitutas nas ruas da cidade, que podem chegar a € 3.000 euros (cerca de R$ 7.500).
A medida faz parte de um choque de ordem que, como a Folha noticiou no domingo, a prefeitura está aplicando na cidade. Eu estive lá na semana passada e me chamou a atenção a quantidade de policiais nas ruas do centro turístico, não raro prendendo ou multando pessoas.
Na carona das celebrações dos 20 anos da Olimpíada de 92, o governo atual da cidade decidiu reformar seu “código de ordem e civismo” e adotar o choque de ordem para conter os problemas. A meta é baixar o índice de criminalidade diário dos atuais 60% para 10%.
Em abril, proibiu a prostituição nas ruas da cidade, até então liberada em zonas específicas, com multas de 300 euros (R$ 750). A medida gerou revolta em associações de prostitutas da cidade, que tentam derrubá-la. Há duas semanas, no entanto, a prefeitura endureceu ainda mais a norma, aprovando penalização também para quem solicite serviços de prostitutas na rua.
As multas, neste caso, chegam a 3 mil euros (R$ 7.500) para quem pratique sexo na rua, e 1.500 euros (R$ 3.750) para “clientes em potencial”, pessoas que policiais julgarem estar em busca de prostitutas.
A tática da prefeitura para tentar reordenar a cidade é penalizar também os usuários de serviços e práticas considerados ilegais pelo novo código. Há multas para quem comprar qualquer tipo de produto de vendedores ambulantes e até por andar sem camisa.
Uma norma que a grande maioria ainda desconhece, como se nota em um passeio pela orla da cidade.
A partir das 23h, a polícia impõe um toque de recolher nas praias da cidade.
Moradores da cidade com os quais eu conversei aprovam o modelo. Entre os turistas, no entanto, as novas normas tem gerado reação negativa em turistas, sobretudo os jovens, e agências de viagens temem retração no turismo local.
Já os policiais se queixam de muita demanda de trabalho para um efetivo pequeno. A região da Catalunha tem em média um policial para cada 6.000 pessoas. Nos pontos turísticos de Barcelona, no entanto, este número triplica. Ao longo do dia e da noite, policiais circulam pelas ruas atrás aplicando todos os tipos de multas e até algemando pessoas flagradas furtando turistas ou oferecendo drogas.
Imagino que todo esse esquema antiputas e outras medidas demonstra claramente o fato do pessoal de Barça não se considerar espanhol, mas catalán e porisso impõem suas próprias leis, que certamente são bem menos tolerantes que as de Madrid.
Ah, quanto bem nos faria se só um pouquinho dessa nova ordem catalã pudesse aportar aqui em São Paulo. Não apenas os marreteiros desocupariam as calçadas das regiões centrais da cidade, mas ainda a Praça da Sé, que se tornou um grande lixão, ficaria livre dos marginais que fizeram dela a sua sala de estar, a sua cozinha, sua área de serviço e o seu banheiro. Além disso, quantos prédios no centro da cidade seriam desocupados por bandos de oportunistas que se abrigam na aba de pseudo movimentos sociais de “Sem Teto” e outros que tais. Ah Barcelona, que saudade imensa de você!
POR ESSAS E OUTRAS É QUE ESTÃO QUEBRADINHOS DA SILVA.
Genial!!!
Foi exatamente isso que destabilizou a economia. A bolha imobiliária e o “crash” do sistema financeiro não tem nada com isso.
Santa associação Batman.
se ESSA MODA PEGASE NO BRASIL ?
Andar sem camisa na orla da praia é uma medida radical, mas imagino que junto com as outras medidas, o governo local queira instalar uma tolerância zero na ordem pública para tentar limpar a fama da cidade como reino dos furtos.
digo: proibir andar sem camisa na orla…