A revolução das quentinhas
21/09/12 19:53Do lado de fora da cerimônia na qual os príncipes espanhóis inauguravam o ano letivo da Espanha oficialmente nesta semana, um grupo de mães de alunos em fase escolar protestava com quentinhas na mão.
Dias antes disso, a presidente de Madri, Esperanza Aguirre (que, aliás, se demitiu do cargo esta semana), era atingida por outra quentinha lançada por uma mãe que, chorando, alegava às câmeras de televisão não ter dinheiro para pagar o almoço do filho na escola.
As duas situações, seguidas de uma série de protestos de manifestantes com quentinhas, mostraram que este utensílio é o curioso protagonista da volta às aulas deste ano por aqui.
Já não é novidade que a crise entre nas salas de aula espanholas. No curso letivo passado, houve 11 greves de professores ao longo do ano. Todas elas reações a cada novo ajuste que o premiê Mariano Rajoy anunciava na área de educação: menos professores, mais alunos por sala de aula, corte de auxílios, redução de bolsas de estudo e transporte escolar, e por aí vai.
Este ano, além de todo este pacote, veio o “plus” das quentinhas. Primeiro, escolas madrilenhas, seguindo as da Catalunha e da Comunidade Valenciana, passaram a permitir que os alunos levassem comida de casa, depois de protestos de pais que alegavam não poder pagar pelo almoço dos filhos oferecido pela escola –por aqui, as crianças têm aula em período integral e, por isso, almoçam na escola.
O porém é que não há mesmo almoço grátis, ao menos em Madri. Hoje, o governo local aprovou uma série de normas para quem optar por levar quentinhas. Para começar, uma taxa de 3,80 euros de cada aluno com comida de casa, que só poderá entrar na escola em recipiente e bolsa térmicos.
A taxa é apenas um euro mais barata que o preço pago por almoçar na escola, o que revoltou mães de alunos. Até porque, segundo outra norma de Madri, elas só poderão enviar a seus filhos comidas similares ao que é servido no dia pelo refeitório da escola.
Existe a opção de que os alunos almocem em casa. Tenho dois amigos brasileiros que fizeram essa escolha porque suas filhas não se adaptavam à comida servida no colégio. Mas ela não é viável para a maioria dos pais que estão no trabalho no hora.
O tema é novidade aqui na Espanha, onde não havia o hábito de que crianças levassem comida para a escola. Por isso, pais, escolas e governos locais ainda estão um pouco confusos sobre ele. Mesmo assim, nestes primeiros dias de aula, a “revolução das quentinhas” já começou. Mais para frente conto aqui sua evolução.
Excelentе ρost é realmente. Νós еstamos eѕρerando
por esta infоrmaçãο.
Existem cardapios diferenciados para crianças com intolerancias ou alergias a determinados produtos.
A medida e mais um protesto da populaçao do que falta de dinheiro devido a mudança nos requisitos para ter subsidio publico.
Tenho filhos no sistema educativo espanhol e o corte nao a la grande coisa, mas para ser beneficiario e para quem realmente comprove baixa renda e nao apenas dizer que ganha pouco.
Realmente absurdo taxar a comida levada de casa. Acredito que não há nem base legal para isso. Quentinhas nos gestores públicos!
Absurda essa medida da escola cobrar pela merenda trazida de casa! E se a criança tiver alguma intolerância alimentar?