A foto aí acima é de um anúncio que encontrei outro dia no muro de uma loja da Zara na calle Velázquez, rua bem badalada no seleto bairro de Salamanca, aqui em Madri.

Salamanca é uma espécie de Ipanema para os cariocas ou Higienópolis para os paulistanos. Bons apartamentos, lojas de marcas mais exclusivas, gente chique passeando ou tomando cafés. E tudo bem perto do centro da cidade.

Dito isso, dá para imaginar como as coisas por lá são mais caras, imóveis inclusive.

Mas vejam, sob a ótica aí do Brasil, esta oferta –oferecida, aliás, em um papel colado com fita adesiva no meio da rua! O proprietário pede € 500 mil (cerca de R$ 1,5 milhão) por um apartamento de 215 metros quadrados, com quatro quartos e varanda que dá para a rua (bem mais valorizado que as varandas viradas para o interior do edifício). O endereço, calle Jorge Juan, é uma das ruas badaladas de Salamanca.

No Rio, pelo que me comentam amigos de lá em busca de apartamento, um imóvel na zona sul de três quartos não sai hoje por menos de R$ 1 milhão, por baixo. Um de quatro quartos já valeria o dobro. E se ele tem varanda e fica numa zona bem nobre, como é o caso desse de Madri, o preço dispara ainda mais.

Quem mora em outras capitais ou no Rio mesmo me contem, por favor, como vão os preços por aí para imóveis com condições parecidas com as do madrilenho.

Por aqui os imóveis estão bem baratos, por motivos óbvios. É a lei da oferta e procura. Em meio a uma crise que estourou justamento no mercafo imobiliário, o estoque de casas e apartamentos na Espanha é hoje de cerca de 700 mil imóveis, como já comentei por aqui.

Já o Brasil vive um momento bem diferente do da Espanha, quase o oposto até. Enquanto por aí os preços de imóveis disparam, por aqui eles tiveram, no segundo semestre do ano, a maior queda desde que o instituto de estatística contabiliza os dados, em 2007. 

Um bom momento, segundo cochicham analistas por aqui, para se investir na compra de imóveis espanhóis.