A Galícia, região no norte da Espanha colada à Portugal, também foi às urnas este fim de semana para escolher o novo presidente local, como comentei no último post.

Embora com menos alarde que as eleições do País Basco, o pleito galego era particularmente importante para o premiê Mariano Rajoy.  Além das primeiras eleições sob sua gestão, na Galícia governa seu partido, o conservador PP (Partido Popular).  A renovação de seu mandato ali era portanto uma prova de fogo para a política de austeridade que Rajoy vem implementando.

O resultado não podia ter sido melhor para o premiê: o candidato do PP e atual presidente da Galícia, Alberto Nuñez Feijóo, venceu com ampla maioria no Parlamento, onde os conservadores aumentaram sua participação de 38 para 41 cadeiras.

Nesta segunda-feira muita gente está brincando que o premiê Mariano Rajoy foi “resgatado” pela Galícia, em alusão ao termo da moda por aqui em tempos de um socorro financeiro eminente da Espanha pela União Europeia.

Essa sorte, no entanto, de Rajoy não veio por acaso: as eleições na Galícia foram uma espécie de manobra política. Como o País Basco havia convocado eleições antecipadas por causa do rompimento de alianças políticas que tornavam o governo inviável, o premiê Mariano Rajoy decidiu pressionar o presidente galego para que fizesse o mesmo.

A ideia era renovar o mandato do PP nas urnas antes de que a crise e os cortes de orçamento desgastassem mais a imagem do partido. Até porque uma das próximas reformas que Rajoy tem em vista, a das pensões, deve causar barulho na Galícia, região com uma das maiores populações idosas da Espanha.

A vitória foi tomada como uma espécie de aprovação às políticas de austeridade de Rajoy, que ganhou fôlego para fazer novos ajustes e também para negociar um possível resgate à Espanha pela União Europeia.