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Luisa Belchior

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Separatismo e cortes, vencedores das eleições

Por Luisa Belchior
22/10/12 19:14

Em meio a uma política de austeridade que só se acentua, a Espanha viu renascer neste outono um respaldo massivo a movimentos nacionalistas, puxados pela Catalunha.

E foram justamente esses dois elementos, a austeridade e o nacionalismo, os dois grandes protagonistas das eleições deste domingo no País Basco e na Galícia, das quais falei nos posts anteriores.

No País Basco, a vitória foi do nacionalismo local. O PNV (Partido Nacionalista Basco, na sigla em espanhol) arrematou o posto da presidência dos socialistas, que governam lá. Foi, na verdade, uma reconquista do poder, que desde a reabertura democrática da Espanha esteve em mãos do PNV, até as últimas eleições, vencidas pelo partido socialista do então premiê José Luis Rodríguez Zapatero.

Como nas duas últimas eleições internas da Espanha, os socialistas foram fortemente castigados nas urnas desta vez e caíram para a terceira força política no parlamento basco.

E aí que está a diferença deste pleito: pela primeira vez, o Bildu, um partido de esquerda minoritário associado ao separatismo e ao nacionalismo mais radical, entrou pela primeira vez no parlamento, e já como o segundo partido com mais cadeiras: 21, atrás das 27 angariadas pelo PNV.

Sem alcançar maioria, o PNV terá de fazer acordos com o Bildu para aprovar matérias no parlamento. Ainda não se fala de aliança, mas de pactos pontuais. Mesmo assim, não há dúvidas de que o tema do separatismo voltará à pauta do País Basco, o que, coincidência ou não, acontece justo nas primeiras eleições sem a presença do grupo terrorista ETA. Há exatamente um ano, o ETA anunciou a entrega das armas e o fim das atividades terroristas.

O candidato do PNV, Iñiko Urkullu, eleito com 34,6% dos votos, garantiu em discurso após a vitória que a prioridade agora é a lutar contra a crise. E, em tom conciliatório, pediu unidade dos partidos na Espanha. Por outro lado, fechou o discurso dizendo que não abandonará as discussões sobre o nacionalismo.

Uma ambiguidade que Urkullu também expõe em seu programa de governo. Ele advoga por acordo com o governo central da Espanha para um novo modelo de gestão no País Basco com mais soberania na gestão de impostos e da seguridade social sem a necessidade de separatismo. Mas também afirma que reabrirá o caminho pela independência basca.

Nesta segunda-feira, Urkullu fez discurso no qual falou sobre medidas de combate à crise –o que, na prática, significará mais cortes no País Basco– e concluiu com a frase “País Basco nação europeia”.

Foi um resumo desse protagonismo da austeridade e do nacionalismo, dois elementos que, ao que tudo indica, devem seguir crescendo pelos próximos meses.

 

About Luisa Belchior

Luisa Belchior , 30, vive em Madri desde 2009. É doutoranda em Migrações Internacionais pela Universidade Complutense de Madri, onde cursou também especialização em Informação Internacional e Países do Sul. Começou na Folha em 2007, na sucursal do Rio, cobrindo os casos de violência da cidade. Antes, trabalhou no “Jornal do Brasil” e em “O Fluminense” e viveu seis meses nos Estados Unidos. É formada em jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro. De Madri, é também correspondente da "Globonews" e da “Radio França Internacional” e faz colaborações para a revista “Vogue”.
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