Rajoy, ano 1
21/11/12 15:34Há um ano, os espanhóis decidiam, nas urnas, mudar o rumo político de seu país. Votavam nas eleições gerais pelo conservador Partido Popular, o que, na prática, significava a eleição de Mariano Rajoy como novo premiê da Espanha, em substituição do socialista José Luis Rodríguez Zapatero.
Por isso, esta semana políticos, meios de comunicação, empresários, sites e afins fazem balanço do primeiro ano de Rajoy no poder. A avaliação, em um país que vive um 2012 de recessão e os piores índices econômicos de sua história democrática não podia ser muito boa. Ainda assim, há quem tenha apontado que o premiê conservador está indo pelo melhor caminho –ou o único possível, para ser mais realista.
O fato é o cenário não tem sido nada favorável a Rajoy, seja ele responsável ou não por isso (o que não cabe a mim julgar, mas vocês deem suas opiniões se quiserem nos comentários!): risco país batendo recordes, resgate bancário pela União Europeia, resgate de regiões pelo governo central, resgate financeiro total batendo às portas, duas greves gerais e inúmeras isoladas, manifestações e mais manifestações, algumas feitas só por funcionários públicos, pela primeira vez.
E foi o próprio Rajoy o primeiro a reconhecer que seu ano de estreia foi também um dos mais duros para o país. O fez na manhã de segunda-feira, inaugurando os discursos de balanço de seu governo, e, por coincidência, ao lado da presidente Dilma Rousseff, com quem havia acabado de se reunir aqui em Madri.
Nossa presidente não falou nada sobre o tema, a não ser as críticas ferrenhas contra o predomínio às políticas de austeridade de governos como o de seu colega que, ao seu lado, lhe assistia dizer que assim não se sai de nenhuma crise.
Já o espanhol admitiu que 2012 “não foi um ano bom, mas estou convencido que 2013 será melhor” e que, em 2014, o país volte a ter crescimento. Disse saber que seus cortes frequentes no orçamento, que já chegaram na saúde e na educação e perigam atingir as pensões, são medidas que “causam dano às pessoas e são difíceis de explicar, mas são imprescindíveis”.
Ao ser indagado a fazer o tal balanço por um jornalista espanhol, no entanto, Rajoy começou seu discurso com outra pergunta: “e o que teria acontecido se não tivéssemos tomado essas medidas?”.
Alguém arrisca uma resposta?
Essas são aquelas medidas antipáticas tomadas por governos, que no momento são detestáveis para a população, mas que no futuro são usufruídas por uma próxima geração. Já ouviu alguém dizer que não se importa com as obras do Metro na sua esquina? No entanto, em um futuro breve trará benefícios…espero!