Como eu disse no post anterior, a presidente Dilma Rousseff acabou, literalmente, saindo na foto nos noticiários espanhóis no início da semana. Isso porque, ao fazer balanço de seu primeiro ano desde que foi eleito, o premiê espanhol Mariano Rajoy estava ao lado de Dilma, cuja presença em Madri acabou ganhando mais holofotes por isso.

A visita da presidente a Madrid pode ter sido a mais notada, mas não foi o único momento que o Brasil deu as caras por aqui esses dias. Desde a semana passada até ontem, a capital sediou um festival de cinema brasileiro que teve quase todas as sessões lotadas.

Este festival,  chamado de Novo Cine, acontece anualmente aqui em Madri, e busca mostrar ao público espanhol produções atuais que fujam do fatídico esteriótipo do samba e futebol. No cinema, não é muito diferente. Pergunte a um espanhol sobre cinema brasileiro e ele sorrido responderá que adora “Tropa de ‘Élite'” e “Ciudad de Dios”. E só.

É verdade que boa parte do público, ao menos nas cinco sessões que estive, era formada por brasileiros, gente que, como eu, mora longe do país e fica curiosa para ver filmes nacionais que não chegam por aqui.

Mas os espectadores espanhóis também compareceram em peso, e escutaram palavras de diretores como Sérgio Machado e Cecília Amado, além de atores dos filmes exibidos, que pessoalmente os apresentavam antes da exibição.

Produções como “Corações Sujos”, de Vicente Amorim, “Riscado”, de Gustavo Pizzi, “Quincas Berro D´Água”, de Sérgio Machado, e “Amor”, de João Jardim, dividiam as opiniões do público, mas conseguiam lotar, quase todas as 15 sessões, exibidas durante oito dias.

Além do festival, a Casa do Brasil, um mix de residência universitária com centro cultural brasileiro que este ano completa 50 anos, também ganhou holofotes na carona da visita de Dilma. Pela primeira vez, a casa recebeu visita –ainda que relâmpago– da presidente da República, que passou por lá antes de ir à reunião com o premiê Mariano Rajoy.

Foi o suficiente, no entanto, para diversificar os temas do Brasil que se costumam falar por aqui. Atualmente, nosso país aparece mais como um destino atrativo para cidadãos ibéricos em busca de emprego que qualquer outra coisa. Pelo menos esta semana foi um pouco diferente.