A consulta popular sobre o separatismo da Catalunha, uma das bandeiras da campanha eleitoral para a presidência da região, no mês passado, vai acontecer em 2014. Foi o que anunciou esta semana o partido vencedor, CiU (Convergência e União), após um acordo com a segunda força vitoriosa na eleição, o ERC (Esquerda Republicana, partido de esquerda separatista).

Há dias, ambos os partidos vinham tentando sem sucesso chegar a um acordo para tornar o governo viável, já que o vencedor CiU não alcançou maioria no Parlamento. Assim, precisa do ERC, que se tornou a segunda força política da Catalunha. A importância do ERC para o governo é que o partido terá de dizer que aceita Artur Mas, líder do CiU, como presidente da Catalunha.

O ERC se comprometeu a dar seu apoio a Mas com a contrapartida de ter, no papel, o compromisso de realizar o referendo em 2014. Com isso, o líder do CiU já pode tomar posse no Parlamento catalão.

O “ok” de Mas foi recebido com alarde no resto da Espanha, principalmente na ala mais conservadora daqui, sempre bem contra aos movimentos separatistas.

Em seu site, o jornal “La Razón”, de orientação conservadora, falou de uma “aliança para romper a Espanha” e, por isso, “esperamos que intervenha o exército espanhol”.  O “El País” disse que, com o acordo, “começa a senda soberana”, e o “El Mundo” chamou a possível futura consulta popular de “referendo ilegal”.