Futebol e recessão
26/03/13 06:43A despeito da rivalidade crescente de suas seleções, que se enfrentaram nesta noite, e de suas orientações políticas, os premiês espanhol, Mariano Rajoy, e francês, François Hollande, se reuniram nesta terça-feira em Paris para mandar aos mercados uma mensagem única: não há risco para a poupança dos cidadãos de seus países.
O conservador Rajoy e o socialista Hollande se posicionaram assim contra o estilo de resgate adotado pela União Europeia ao Chipre, que congelou poupanças com mais de € 100 mil (cerca de R$ 258 mil). Também criticaram, sem mencioná-lo diretamente, as declarações do presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, de que esse tipo de resgate pode ser adotado a outros países. A afirmação de Dijsselbloem chacoalhou as bolsas europeias.
Mas a Espanha acabou sendo o maior alvo das especulações. Embora sua seleção tenha vencido a da França por 1 a 0, o país fechou o dia bem prejudicado. Isso porque, além dos temores por um resgate que possa mexer na poupança de seus cidadãos, o Banco de Espanha divulgou mais cedo novas previsões para a economia do país neste e no próximo ano bem mais pessimistas que as feitas anteriormente pelo governo.
Segundo a instituição financeira, o PIB da Espanha cai este ano 1,5%, quase três vezes o que previa o governo. A taxa de desemprego, hoje na casa dos 25%, continuará subindo até atingir cerca de 27,1%, e só dará uma tregua em meados de 2014. O que quer dizer que este ano será o sexto consecutivo de aumento no número de desempregados espanhóis.
Foi um banho de água fria para Mariano Rajoy, que entrou no governo com a bandeira de criar empregos em menos de um ano. Por isso, esta semana o premiê precisará bem mais que a vitória da seleção espanhola, agora líder do seu grupo, para segurar a desconfiança dos mercados no seu país.
Otimo comparativo sobre coisas do povo, futebol e política. Aqui no Brasil querem dissociar(a política seria só dos políticos, q resistem inclusive ao povo q elege).