Em Madri, maratona revive atentados
16/04/13 21:11Uma sombra terrorista volta a recair sobre a maratona de Madri, que depois de Londres será a próxima grande competição, com 24.800 pessoas inscritas, quase o mesmo número de corredores de Boston.
Esta será a segunda vez que a maratona madrilenha acontece menos de um mês depois de um atentado. O primeiro deles foi aqui mesmo, em 2004, quando bombas explodiram no metrô da cidade, deixando quase 200 mortos e mais de 1.800 feridos, no que foi o maior atentado desde o 11 de Setembro norte-americano.
O atentado, reivindicado pela Al Qaeda em retaliação ao envio de tropas espanholas ao Iraque, fez a organização da maratona naquele ano refazer às pressas seu esquema de segurança. Hoje, ante as explosões na maratona de Boston, Madri decidiu resgatar o mesmo esquema utilizado em 2004.
Foi o que me disse o diretor da maratona de Madri, Pedro Rumbao, em uma conversa nesta tarde. Rumbao e sua equipe se reuniram de emergência com o governo para refazer o esquema de segurança da prova, que acontecerá no próximo dia 28 no centro de Madri. A linha de chegada será no parque do Retiro, que fica a poucos metros da estação de trens de Atocha, onde as bombas estouraram em 2004.
E se havia alguma dúvida sobre um possível corte no contigente de policiais destacados para acompanhar a prova por conta da crise, o episódio de Boston a descartou. A prova de Madri será vigiada por 450 guardas civis, 90 policiais federais e 100 homens de uma empresa de segurança privada, uma cifra maior que em anos anteriores, segundo Rumbao.
Resgatar o esquema pós-bombardeio no metrô será, no entanto, apenas uma das estratégias para garantir a realização da 36ª edição da maratona de Madri. Rumbao disse que, como em 2004, a organização está incentivando aos maratonistas que corram em homenagem às vítimas e que não se deixem abalar pelo ato terrorista.
“Em 2004 acabou sendo uma grande festa nas ruas, as pessoas correram com mais ânimo, foi emocionante”, disse o diretor.