A princesa, o ministro e o fisco
26/06/13 20:05Uma trapalhada do Ministério de Fazenda espanhol fez recair sobre a família real uma nova suposta irregularidade.
Há algumas semanas, a Justiça espanhola recebeu informações da Agência Tributária de que a infanta Cristina, filha mais nova do rei Juan Carlos 1º, participou de uma operação de venda ilegal de propriedades na Espanha.
Segundo o órgão, a infanta Cristina vendeu sem declarar, em 2005 e 2006, propriedades em Barcelona, Alicante e Ciudad Real, por cerca de € 1,4 milhão (R$ 4 milhões) no total. A filha do rei logo tratou de negar a acusação e, por meio de seu porta-voz, afirmou que deveria se tratar de um erro dos agentes.
Poucos dias depois, o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, disse que de fato houve o tal o erro, atribuído por ele aos funcionários da Agência Tributária, que teriam confundido o número de identidade da infanta Cristina. Montoro tratou de pedir desculpas públicas à família real, e o caso parecia resolvido.
Até que, hoje, os agentes tributários resolveram colocar a boca no trombone. Afirmaram à imprensa que não se equivocaram e insistiram que o número de identidade encontrado na operação de venda das propriedades é, sim, o da infanta Cristina.
Com a retificação, o grupo de funcionários abriu uma guerra velada com o ministro de Fazenda, que lhes atribuía o erro. Eles desmentiram o ministro, que voltou a culpá-los pelo suposto erro, deixando a bola no ar.
A outra filha do rei, infanta Elena, já foi erroneamente multada por conduzir um trator fora de uma área rural. Descobriu-se depois que a infanta jamais havia conduzido um trator, e seu número de identidade havia sido confundido com o do real infrator.
Desta vez, insistem os agentes, não há erro. A infanta Elena, que já é investigada na Justiça por suposta participação em um também suposto esquema de desvio de verbas públicas de seu marido, Iñaki Urdangarín, comando a operação das propriedades. Desse trator, afirmam, ela estava na direção.