Patrimônio à venda
31/08/13 09:24Em um momento de crise, vocês acham certo o governo colocar à venda parte do patrimônio público do Estado, abrindo mão de prédios históricos mas, por outro lado, com o argumento de dinamizar a economia e gerar mais fundos para o Tesouro?
Essa é uma discussão que caminha a passos largos na Espanha, destarte as crises políticas e diplomáticas que tomaram conta do país neste verão europeu.
Isso porque, no mês passado, no meio de um pacote com medidas para secar a estrutura pública, o governo espanhol anunciou a venda de 30% do patrimônio público do país. Parte deles já foi negociada em leilão.
O esquema funciona assim: o governo do conservador Mariano Rajoy fez um levantamento com cerca de 15 mil imóveis que fazem parte do patrimônio público espanhol atualmente inutilizados ou muito caros de se manter. Colocou-os então à venda, em leilões que serão realizados gradualmente até 2015.
São prédios históricos, palacetes, solares, a maioria hoje de propriedade de ministérios espanhóis, além de pequenos aeródromos e até um antigo quartel militar. E também terras em zonas rurais, algumas em bosques e colinas. Oito dessas construções, segundo o próprio governo, são construções singulares e, por isso, eram protegidas pelo Patrimônio Histórico da Espanha. É o caso da antiga sede da TVE, a televisão pública espanhola.
As vozes contra a venda do patrimônio espanhol argumentam que, além de abrir mão de bens históricos materiais do país, o atual governo ainda o faz em um momento desfavorável para a venda de imóveis, que baixaram muito de preço.
O governo argumenta que é uma forma de dar atividade para prédios que estão sem utilização. Mas não esconde que, ante uma dívida pública de mais de € 900 bilhões, sua prioridade é arrecadar dinheiro –até agora, esses leilões já renderam cerca de € 90 bilhões aos cofres espanhóis. Por isso, depois de tantos cortes e ajustes, Mariano Rajoy optou agora por esse programa de venda de patrimônio público.
É uma forma de reter custos, excelente ideia.
Acho correto, Luisa. Mas, há que se cuidar em manter as características das fachadas e prédios originais. O mais é dinheiro em caixa!