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Luisa Belchior

Diário Ibérico

Perfil Luisa Belchior é correspondente-colaboradora em Madri

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Juros baixos: o início do fim da crise?

Por Luisa Belchior
08/03/13 13:17

É verdade que o vácuo de poder na Itália minou nas últimas semanas as análises otimistas que indicam sinais recuperação na Europa. Mas os recentes leilões de títulos das dívidas de Espanha e Portugal têm mostrado uma retomada de fôlego, ao menos para os mercados.

Nesta sexta-feira, a Espanha conseguiu reduzir os juros pagos pela emissão de títulos da sua dívida a dez anos para 4,8%, que é o nível mais baixo desde 2010. Mais precisamente antes da União Europeia fazer seu primeiro resgate a um país membro, a Irlanda, e, pouco depois, a Portugal, o que lançou a Espanha em um espiral de dúvidas por parte dos mercados.

A regra é simples: quanto maior a confiança dos mercados sobre um país, menos juros seu Tesouro terá de pagar para vender títulos da dívida. Vide o caso da Alemanha, que emite juros muitos baixos por ter um risco país idem.

Foi o que aconteceu no leilão que a Espanha fez na quinta-feira, alcançando sua meta de emissões com juros a 5%. Hoje, no mercado secundário, reduziu ainda mais esse nível no mercado secundário, para 4,8%.

Só para lembrar, no último verão europeu, em meados de 2012, os juros pagos pela Espanha para títulos a dez anos chegou a 7,5%, o que colocou o país ao borde de um resgate financeiro, do qual acabou conseguindo fugir.

Só neste começo de 2013, o país já captou no mercado o equivalente, segundo o governo, a 25% da meta de arrecadação com emissão de dívidas para todo o ano.

É inegável que a Espanha e Portugal –que tem tido bons resultados desde que voltou a emitir títulos da dívida, no início deste ano– pegaram carona em fatores externos desta semana, mais precisamente os bons resultados dos níveis de desemprego nos Estados Unidos e a indicação do Banco Central Europeu de não vai baixar os juros.

A vice do premiê espanhol, Soraya Saenz de Santamaría, também quis garantir ao seu governo um lugar ao sol e apontou, nesta manhã, as reformas conservadoras de Mariano Rajoy como as protagonistas para a retomada de confiança dos mercados.

Nesta manhã, o secretário de Estado da União Europeia, Íñigo de Vigo, retomou a tese do “início do fim” da crise e afirmou que “o pior da crise já passou”. Mas ainda há dois fatores extremos: as recentes denúncias de corrupção na Espanha e a incerteza do futuro político na Itália. Por isso, há muita gente no mercado que vê otimismo em demasia nessa tese e acha que os juros devem aumentar na semana que vem, com os novos leilões.

 

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Para esquecer da crise, corrupção

Por Luisa Belchior
07/03/13 01:00

No período pré-crise, eram os imigrantes e o terrorismo. No estouro dela, a economia e os empregos. Agora, em tempos de “mensalão” ibérico e com a crise mais assentada, a corrupção virou a protagonista entre os problemas que tiram o sono dos espanhóis.

É isso que indica neste começo de 2013 o Barômetro do CIS (Centro de Investigações Sociológicas da Espanha), uma pesquisa que, há mais de três décadas, colhe opinião de espanhóis mês a mês para traçar um raio-x da opinião pública do país.

Com exceção de agosto, a cada mês o CIS faz uma série de perguntas a cerca de 2.500 espanhóis residentes no país. A mais conhecida delas é a que pede aos entrevistados para indicar os três principais problemas da Espanha naquele momento, na sua opinião.

Na última edição, realizada em fevereiro, a corrupção passou a ser, depois do desemprego, o principal problema apontado pelos entrevistados. E a porcentagem dos que se dizem aflitos com a corrupção acima de qualquer outra coisa mais que dobrou em apenas um mês. Passou de 17% em janeiro para 40% em fevereiro.

A série histórica da pesquisa mostra que o desemprego sempre foi a principal questão do país, na percepção dos entrevistados. Os indicadores posteriores variam de acordo com a época: terrorismo em tempos de atentados do ETA (grupo terrorista que reivindica o separatismo da região do País Basco); imigração na primeira década dos anos 2000, quando o país demandava estrangeiros para ocupar postos de trabalho; guerras mundiais quando o metrô de Madri virou alvo da Al-Qaeda e foi bombardeado em retaliação ao envio de tropas espanholas ao Afeganistão.

A corrupção, na maior parte do tempo, não pareceu incomodar muito os espanhóis. Tirando alguns poucos meses, o percentual de entrevistados que a apontavam como um dos principais problemas da Espanha poucas vezes passava de 10%, e em muitos meses não chegava a 1%.

Mesmo com denúncias de suborno, desvio de verba e fraude fiscal que pipocam na imprensa daqui nos últimos dois anos, os espanhóis se mostravam bem mais preocupados com questões de ordem econômica.

Em dezembro e janeiro, os espanhóis começaram a desviar o olhar, ainda antes de vir à tona o que no Brasil está sendo chamado de mensalão espanhol, um suposto esquema de doações ilícitas de empresários ao PP (Partido Popular), do atual premiê Mariano Rajoy.

Em fevereiro, já com o caso denunciado e amplamente divulgado, a corrupção entrou no seleto top 3 dos problemas que mais afligem os espanhóis, já insones com a taxa de desemprego na casa dos 25%, a debandada de jovens qualificados e a tensão social nas ruas.

Mesmo assim, a corrupção deve continuar no foco das atenções por aqui nos próximos meses, ao que indicam o andar das investigações sobre o suposto mensalão e a repercussão do caso, que a cada semana ganha um novo capítulo.

A história, como já contei aqui, começou quando o “El País” denunciar uma suposta lista coordenada pelo ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, com doações ilícitas de empresas ao partido distribuídas a seus dirigentes como o atual premiê Rajoy. Evoluiu para a descoberta de uma conta de Bárcenas na Suíça e de bens não declarados de sua  mulher, abriu uma guerra fria entre o ex-tesoureiro e a cúpula do PP e já levou o partido de Rajoy a anunciar que vai processar o “El País” por publicar o suposto caso.

 

 

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Em nova greve, funcionários da Iberia miram British

Por Luisa Belchior
04/03/13 07:46

O aeroporto de Barajas, aqui em Madri, foi hoje o retrato das manifestações que tomaram a capital nos últimos meses.

Depois de caminhar por mais de quatro horas, uma multidão encabeçada por funcionários da Iberia tomou os corredores do terminal 4, o principal de Barajas, em protesto contra o plano de reestruturação da companhia espanhola Iberia, que vai demitir 3.800 funcionários.

A manifestação foi o pontapé inicial da segunda jornada de greve que funcionários da companhia iniciaram nesta segunda-feira, que a Folha noticiou aqui. Como em fevereiro, serão cinco dias de paralisação consecutivos, com 1.300 voos cancelados até sexta-feira.

Agitando bandeiras da Espanha, os manifestantes fizeram uma espécie de funeral da Iberia para representar o que acham que acontecerá com a companhia caso as demissões se concretizem.

Estive lá no início da tarde e o que me chamou a atenção foi a quantidade de manifestações de ódio e rechaço à British Airways, que em 2011 concretizou uma fusão com a Iberia.

Ao lado de muitas bandeiras espanholas, alguns manifestantes carregavam bandeiras inglesas com uma caveira ou rabiscos.

Sindicalistas da Iberia, que convocaram a greve, culpam a British Airways pelo plano de reestruturação da espanhola. Eles acham que a IAG, empresa gerada com a fusão das duas, está desviando todos os melhores clientes da Iberia para a parceira inglesa, que precisa cobrir um déficit de € 6 bilhões (cerca de R$ 19 milhões) em fundos de pensão.

Para os próximos dias da greve, espera-se menos barulho por parte dos manifestantes mas ainda confusão nos terminais de check-in da Iberia por causa dos voos cancelados. No site da companhia, estão listados todos os voos cancelados, de dentro e fora da Espanha, a cada dia.

 

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Contra a troica, hino dos Cravos

Por Luisa Belchior
28/02/13 21:41

LISBOA

Interromper discursos de políticos com o hino da Revolução dos Cravos é a mais nova forma de manifestação –e uma das mais criativas– dos portugueses. Duas semanas após seu início, o movimento ganhou fôlego, e a canção “Grândola, Vila Morena”, é o novo “hit” dos indignados ibéricos.

Digo ibéricos porque também em manifestações na Espanha já se entoa a canção, que é o hino do fim do regime fascista em Portugal. Em 1974, a sua transmissão por uma rádio foi a senha para o início da Revolução dos Cravos.

De volta a 2013, o resgate da canção foi conduzido pelo grupo “Que se Lixe a Troika” que, no lugar do fascismo, quer ver seu país livre da troica –nome do grupo que fiscaliza o cumprimento das medidas de austeridade impostas pelo socorro financeiro a Portugal em 2011, formado pelo Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI.

Há duas semanas, cerca de 30 pessoas do grupo interromperam o discurso que o premiê português, Passos Coelho, fazia no Congresso, no último dia 15, cantando em coro a música.

Como a ideia foi bem sucedida –a música foi cantada até o final e o protesto terminou de forma pacífica–, seus autores começaram a usar a mesma fórmula em atos de ministros.

O mais polêmico foi com Miguel Relvas, da pasta de Assuntos Parlamentares, em um debate no Clube dos Pensadores. Relvas resolveu fazer coro com os manifestantes, mas depois foi insultado e travou dura discussão com os participantes do evento sobre a política de austeridade de seu governo.

No dia seguinte, o ministro foi outra vez interrompido em uma conferência na Universidade de Lisboa por estudantes. Com os episódios, a polícia portuguesa aconselhou os ministros a mudarem a agenda para evitar novos confrontos, segundo o “Diário de Notícias”.

Nesta quinta-feira, quase duas semanas depois, o premiê português voltou a ouvir a canção da boca de manifestantes em um seminário em Lisboa. Na primeira ocasião, no Congresso, Passos Coelho sorriu e até elogiou o protesto. “De todas as formas pelas quais uma sessão pode ser interrompida, esta me parece a de mais bom gosto”, disse. Da segunda vez, desviou dos manifestantes, que o esperavam na saída do seminário.

E neste sábado, a canção voltará a ser entoada pelas ruas de Lisboa, quanto manifestantes convocaram um grande protesto pela capital portuguesa.

Fora dos protestos e atos políticos, a canção também tem entrado na trilha sonora de bares com música ao vivo e festas em casa de amigos. Aqui em Lisboa, amigos contaram que não há uma noite, nesta última quinzena, que passe sem “Grândola, Vila Morena”.

No metrô, vi o nome da canção transmitida por uma rádio na década de 1970 na tela do iPod de uma menina.

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Mapa mostra jovens 'exilados' da Espanha

Por Luisa Belchior
26/02/13 17:53

Os jovens espanhóis não estão deixando seu país: são expulsos dele. Essa é a mensagem de uma iniciativa lançada nesta terça-feira para mapear e catalogar, com a ajuda do Google Maps, para onde e por que emigram tantos espanhóis entre 15 e 29 anos –desde 2009, foram cerca de 60 mil.

O projeto, idealizado por um movimento chamado “Jovens Sem Futuro”, é uma espécie de registro virtual do “exílio forçado”, na definição do grupo, de uma parte dos cerca de 300 mil espanhóis entre 15 e 29 anos que vivem fora de seu país, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas daqui. O projeto, em andamento, pode ser acompanhado neste site.

Como vocês devem ter lido, o desemprego juvenil na Espanha alcança já uma taxa de 55%, segundo os últimos dados sobre emprego no país, de janeiro deste ano. Entro os que continuam aqui, 45% trabalham sob contratos de trabalho temporários ou de estágio, o que o pessoal por aqui chama de “contrato basura”.

O mapeamento começou nesta manhã e, em dez horas de atividade, o site já recebeu 2.000 inscrições, segundo seus criadores. Nelas, jovens que se dizem forçados a deixar a Espanha ou em vias de fazê-lo contam suas histórias. Ao indicar o local em que vivem atualmente, seu registro é automaticamente transformado em um indicador no mapa.

A intenção do site, diz o grupo, não é ser uma base ampla de dados dos jovens exilados, mas mostrar, através de seus relatos, que muitos jovens espanhóis deixam o país forçados pela falta de trabalho.

E também juntar forças para, no lugar dos jovens, mandar embora a política de austeridade e seus responsáveis, como advoga o grupo.

 

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Genro do rei volta aos tribunais

Por Luisa Belchior
23/02/13 19:26

Se ontem o ex-tesoureiro do PP (Partido Popular) enfrentou um novo depoimento à Justiça e o assédio da imprensa, hoje foi a vez de o genro do rei Juan Carlos 1º, Iñaki Urdangarín, passar pelo mesmo.

Casado com uma das filhas do rei, a infanta Cristina, Urdangarín vem sendo investigado há pouco mais de um ano pela Justiça por suposto fraude fiscal cometido pela sua empresa.

Nesta manhã, ele voltou aos tribunais, em Palma de Mallorca, para prestar novo depoimento. Antes disso, só havia sido convocado em uma ocasião, há quase um ano, na primeira vez que um membro da família real espanhola tenha tido que se apresentar à Justiça.

Desde então, o caso nunca esfriou. De tempos em tempos, uma série de novas acusações recaem sobre ele e, em menor medida, sua mulher, a infanta Cristina. A principal delas é ter desviado milhões de euros em dinheiro público e ainda cometido fraude fiscal, deixando de pagar ao Tesouro € 470 mil (cerca de R$ 1.300) entre 2004 e 2007.

Por isso, havia grande expectativa para seu depoimento, acompanhado por cerca de 200 jornalistas de dentro e fora da Espanha, além de outros dezenas que o esperavam de sua casa, em Barcelona, e do tribunal, em Mallorca.

Em nenhum dos casos, ao contrário do ano passado, Urdangarín falou à imprensa. Dentro do tribunal, sua maior preocupação foi desvincular a família real de qualquer ligação com sua empresa, e, portanto, de supostas irregularidades cometidas por ela. Ao longo das investigações, se levantou a suspeita de que o rei sabia das atividades do genro.

Urgadangarín disse ainda que ele se afastou da empresa assim que a Casa Real aconselhou. Em quatro horas de depoimento, ele negou outras acusações, como ter desviado dinheiro público ou manter contas fora da Espanha.

Na avaliação geral de comentaristas em sites e programas de televisão ao longo do dia é que a Casa Real ordenou Urdangarín a, antes de tudo, afastar o rei e sua família de qualquer atividade mantida por ele fora da agenda real. Antes de responder às perguntas, ele leu uma carta afirmando que  a Casa Real nunca soube de suas atividades e que lhe recomendou afastar-se delas.

Esta semana, o ex-sócio de Urdagarín Diego Torres disse em depoimento à Justiça que a Casa Real dava respaldo às atividades comerciais do duque de Palma, contanto que ele as fizesse com discrição.

A estratégia faz parte da tentativa da realeza espanhola de limpar sua imagem, depois de um ano marcado por tropeços como a fatídica viagem do rei Juan Carlos 1º para caçar elefantes em meio à crise de seu país.

Ontem, coincidentemente ou não, o porta voz da Casa Real afirmou que o rei descarta abdicar a seu posto, uma hipótese que se vem levantando por aqui.

 

 

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O tesoureiro do 'mensalão espanhol'

Por Luisa Belchior
22/02/13 17:52

Passava pelo seleto bairro de Salamanca nesta sexta-feira quando um burburinho pouco comum ao local chamava a atenção. Eram jornalistas que se aglomeravam na porta de Luis Bárcenas, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido no Brasil como o mensalão espanhol –uma suposta doação irregular de verbas ao PP (Partido Popular, do premiê Mariano Rajoy) feita por empresários.

Bárcenas, ex-tesoureiro do PP que segundo as acusações recebia verbas não declaradas de empresários e as distribuía a dirigentes do partido, voltou esta sexta-feira aos tribunais para novo depoimento. E também aos focos, por causa de uma denúncia de que ele teria admitido a existência de uma lista na qual anotava a entrada de doações. Foi esta suposta lista que o “El País” publicou, na íntegra, ao fazer a denúncia.

Por isso, um batalhão de jornalistas fazia plantão na porta de sua casa durante todo o dia. Na saída para o Tribunal de Justiça e na sua volta, Bárcenas cruzou o mar de imprensa sem falar uma palavra. Semana passada, no aeroporto de Barajas, o ex-tesoureiro mostrou aquele dedo nada amigável a fotógrafos que o acompanhavam.

Assustada com o número de jornalistas, a mulher de Bárcenas chamou a polícia, o que só fez aumentar o burburinho.

Até porque também nesta sexta-feira o “El País” publicou novas acusações sobre o caso, afirmando que o PP demitiu Luis Bárcenas no dia da publicação da denúncia. Isso depois de que o governo suíço informasse a Justiça espanhola que o ex-tesoureiro tem cerca de € 22 milhões em contas espalhadas por bancos da Suíça.

Volta e meia pipocam casos de corrupção na Espanha, geralmente envolvendo políticos em exercício de funções públicas. Até o genro do rei é suspeito de desvio de verbas públicas –sobre isso falo mais no sábado, quando ele volta aos tribunais.

Mas a suposta doação irregular de verbas ao PP é até agora o que mais há de similar por aqui ao nosso mensalão. Segundo a denúncia do jornal “El País”, o conservador PP, liderado por Rajoy, mantinha há mais de uma década uma espécie de caixa dois. Ali, entrava dinheiro repassado por grandes empresários espanhóis de ramos diversos, repassados posteriormente a políticos do partido, Rajoy incluído.

Segundo as supostas anotações publicadas pelo “El País”, o atual premiê recebeu cerca de 25 mil euros anuais entre 1997 e 2008.

Rajoy, que demorou dias para se pronunciar sobre o caso, negou tudo, mas afirmou que abriria investigação interna e, mesmo assim, o partido vai processar o “El País”.

 

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Iberia em greve

Por Luisa Belchior
18/02/13 09:34

Depois de o presidente da Iberia anunciar por email um corte de quase 4.000 funcionários, a companhia enfrenta esta semana a maior paralisação de sua história.

De hoje até sexta-feira, cerca de 40% dos voos programados da companhia serão cancelados –1.200 no total, incluindo rotas de prestadoras de serviços do grupo.

O plano foi apresentado no fim do ano passado através de um email enviado pelo próprio presidente da Iberia a seus empregados e clientes, como contei na época. A proposta dele é enxugar a folha de empregados e adotar um novo modelo de gestão, que focará na modernização da companhia.

Com isso, irão para a rua 3.800 funcionários, de um total de 20 mil que hoje a companhia sustenta. Hoje, parte deles está protestando no aeroporto de Barajas, em Madri.

A greve em protesto ao plano aconteceria entre o Natal e o Réveillon passados, mas sindicato e a empresa acordaram adiar a paralisação. E o sindicato já avisou que esta será apenas a primeira de uma série de paralisações até que a empresa aceite rever o plano. Outras duas já foram marcadas para o começo e o fim de abril.

Dois voos entre Madri e São Paulo estão entre os cancelados, além de cidades como Paris, Marselhe, Toulouse, Nice, Lyon, Londres, Lisboa, Porto, Frankfurt, Estrasburgo, Dusseldorf, Bruxelas, Genebra, Zurich, Viena, Roma, Veneza, Milão, Casablanca, Rabat, Tanger, Tel Aviv, Santiago e Buenos Aires e destinos dentro da Espanha.

Se vocês têm voos programados com a Iberia nesta semana, recomendo uma passada no site da companhia, que disponibiliza a lista completa de rotas canceladas em cada um dos cinco dias.

 

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A lição da tragédia em festa madrilenha

Por Luisa Belchior
30/01/13 18:50

A tragédia de Santa Maria, no RS, encontra poucos similares no Brasil e no mundo. Mas casos recentes mostram que o descaso com segurança em casas de festas e boates não é exclusivo do nosso país.

Antes de Santa Maria, o caso mais recente de um tumulto em festa de jovens com mortes aconteceu em Madri. Foi na noite do Dia das Bruxas, como contei neste post no dia seguinte à tragédia.

Por causa de um tumulto –cuja suspeita inicial era de ter sido causada pelo lançamento de um sinalizador, como em Santa Maria– cinco jovens morreram por parada cardio-respiratória, depois de serem pisoteadas.

Guardadas as devidas proporções, o caso espanhol também desvelou, como em Santa Maria, uma série de irregularidades cometidas tanto pela empresa organizadora da festa quanto pelo local e principalmente por órgãos públicos.

A começar pelo número de pessoas na festa, que ultrapassou em muito os 10.000 permitidos pelo local. A investigação policial concluiu que foram vendidas 16.791 entradas.

Depois, a partir de imagens captadas por câmeras de segurança, chegou-se também à causa do tumulto: pela única saída do local, um túnel de três metros de largura, entravam e saíam participantes da festa.

As câmeras já haviam captado empurra-empurra no local ao longo da noite. Foi quando começou a apresentação do DJ principal, no entanto, que o principal tumulto foi registrado. Isso porque uma leva de jovens que estava fora da festa quis entrar no espaço, ao mesmo momento em que centenas de outros buscavam a saída.

Este vídeo dá uma ideia da confusão para entrar e sair do local ao longo da noite.

Por fim, concluiu-se que a prefeitura de Madri, responsável pelo espaço onde aconteceu a festa, negligenciou alertas de falta de segurança ali dentro. No caso espanhol, conhecido como Madrid Arena, nome do espaço onde aconteceu a festa.

Até hoje, três meses depois, a imprensa espanhola acompanha de perto o caso e revela novas irregularidades e novidades das investigações sobre o caso quase diariamente.

É aí, creio, que está uma lição que pode ser seguida pelo Brasil: não esquecer.

 

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Contra Rajoy, Justiça recupera '13º'

Por Luisa Belchior
23/01/13 14:01

Um dos principais desafios do premiê espanhol Mariano Rajoy neste 2013 será conter a instabilidade social e os constantes movimentos de insurgência crescentes dentro de seu país.

Um deles foi o corte, no ano passado, do pagamento extra de Natal, um similar ao nosso 13º salário ao que funcionários públicos da Espanha tinham direito. Desde que anunciou a medida, em julho, Rajoy vinha enfrentando oposição de governos locais, que bateram o pé para pagar o bônus em suas regiões.

Não foi o caso dos funcionários do governo de Madri, comandado pelo mesmo partido de Rajoy, o PP (Partido Popular), que passaram o Natal sem o pagamento.

Só que nesta semana eles conseguiram reaver parte do bônus, desbloqueado por uma decisão da Justiça espanhola, a quem haviam recorrido. A sentença é uma das primeiras dores de cabeça que Rajoy enfrenta dentro do país.

Com o aval da Justiça, ainda que recebendo apenas parte do pagamento, os funcionários madrilenhos se unem a outros governos locais, como o do País Basco, e órgãos públicos de todo o país que, já no fim do ano passado, anunciaram que descumpririam a norma e pagariam o bônus a seus funcionários.

Um sinal de que o governo espanhol deve enfrentar dificuldades para retomar as rédeas de uma sociedade já saturada de medidas de ajuste, ainda exigidas pela União Europeia.

E falando em bônus, também nesta semana o rei da Espanha, Juan Carlos 1º recuperou o valor equivalente ao seu extra de Natal que havia perdido em 2012. Como em 2011, seu salário em 2013 contemplará o bônus e será o equivalente a 292.752 euros brutos, segundo informou a Casa Real.

 

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