Idosos ibéricos não querem só comida
18/01/13 12:17Os idosos se tornaram os protagonistas em famílias da Península Ibérica afetadas pela crise. Suas pensões, um dos únicos bens que os governos ainda não mexeram, passaram a ser a principal fonte de renda em muitos lares. Na Espanha, 27% das famílias dependem principalmente das pensões de idosos para se sustentar. Em 181 mil lares, esta é a única fonte de renda.
Mesmo assim, na Espanha os idosos ainda são culturalmente ativos e se permitiram gastar parte de sua renda com algum tipo de lazer apesar da crise.
Isso é o que mostra uma série de pesquisas feitas pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol com esse grupo ao longo de 2012, declarado pela União Europeia o “Ano do Envelhecimento Ativo”.
A última dessas pesquisas, divulgada hoje, mostra que o lazer é ainda um dos principais gastos dos idosos na Espanha. É verdade que as principais atividades culturais citadas por eles não custam muito: ver TV e ouvir rádio. É isso que a grande maioria, 97%, relatou fazer todos os dias, assim como a leitura de jornais e livros.
Mesmo assim, eles disseram que também costumam visitar museus e monumentos, ir à ópera e a concertos de música clássica. E mais da metade dos entrevistados entre 65 e 74 anos relatou ainda ter viajado pelo menos uma vez no último ano.
Em geral, os idosos sobrevivem melhor à crise na Península Ibérica, embora na comparação com o resto da Europa vivam pior e, em geral, tenham mais vulnerabilidade. Em Portugal, por exemplo, a renda média mensal de maiores de 65 anos, de 790 euros, é quase a metade da média europeia, de 1.450.
Dentro de seus países, porém, seguem em vantagem. Na Espanha, sua taxa de pobreza, de 16%, está abaixo da média nacional, de pouco mais de 21%. Sua renda anual média, de 12.200 euros, acima. Foi o único grupo etário que aumentou o consumo para itens da casa, que, para a grande maioria, 85%, já não tem hipoteca.
Por isso mesmo, se tornaram o grande pilar de sustentação para as famílias na Península Ibérica. Não por menos a região concentra os índices mais baixos de idosos vivendo sozinhos. Enquanto no Reino Unido e em países como Dinamarca e Suécia o índice de maiores de 65 anos vivendo sozinhos ronda os 40%, na Espanha ele fica em 19% e, em Portugal 22,8%.