O balanço do "abraço" ao Congresso
26/09/12 00:34Como alguns de vocês já devem ter visto, o tal “abraço simbólico” ao Congresso espanhol do qual falava mais cedo não foi definitivamente um gesto amigável. Policiais e manifestantes se enfrentaram ao menos três vezes ao longo do dia, tornando a manifestação uma das mais violentas até agora por aqui.
O ato terminou no fim da noite com 32 pessoas feridas e outras 26 detidas, segundo contabilizou a polícia.
Os confrontos começaram quando alguns manifestantes tentaram derrubar as barreiras que impediam o acesso às imediações da Câmara dos Deputados, que foi cercada por algo em torno de 3 mil manifestantes.
Policiais dispararam com balas de borracha e agrediram manifestantes com cacetetes e até apertando seus dedos contra os olhos de alguns detidos. Cinegrafistas registraram as agressões, as fotos se espalharam por sites e noticiários de televisão ao longo do dia, e protestos contra a atuação da polícia já tomaram as redes sociais.
Esta galeria do site da rede de televisão pública espanhola mostra imagens de agressões de policiais contra manifestantes.
Desde que os protestos aqui na Espanha começaram a ficar mais violentos, a partir do fim do ano passado, a imprensa daqui tem discutido muito quais os limites da agressão policial. Há quem ache que os policiais exageram na repressão por determinação do governo conservador. Quem está do outro lado opina que o problema é que os manifestantes estão provocando e saltando normas durante os protestos, obrigando os policiais a agirem.
Mesmo com toda a confusão, dentro do Congresso não houve nenhuma modificação nas atividades previstas para o dia. A sessão plenária aconteceu normalmente, embora alguns deputados tenham mencionado a manifestação. A maioria deles, no entanto, e inclusive os de esquerda, criticaram a ideia de tomar o Congresso.
O premiê Mariano Rajoy acompanhou tudo de longe: estava em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, onde defendeu um posto não permanente da Espanha no Conselho de Segurança.