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Luisa Belchior

Diário Ibérico

Perfil Luisa Belchior é correspondente-colaboradora em Madri

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Cidade fantasma

Por Luisa Belchior
19/08/13 15:44

Quem vem visitar Madri em agosto costuma se assustar não só com o calor, mas também com ruas vazias e comércios fechados. Fecham lojas –cada vez menos, há que se dizer–, restaurantes, escritórios, academias, bibliotecas, e a capital espanhola vira uma espécie de cidade fantasma neste mês, uma sensação que eu também não escapo de sentir mesmo de cinco verões madrilenhos nas costas.

Neste sábado voltei a ter essa sensação quando buscava um restaurante aberto no calor de quase 40ºC ao chegar de viagem. É que com essa temperatura nas alturas e nenhuma praia a menos de três horas de distância em carro, Madri praticamente hiberna no verão. Muita gente tira férias neste mês e quem segue trabalhando arruma um jeito de viajar nos fins de semana.

É uma espécie de acordo mútuo, um ciclo que não se sabe aonde começou: com os clientes de férias, a loja de frutas da esquina fecha as portas por 15 dias. Sem frutas e sem clientes, o restaurante também sai de férias, assim como o escritório vizinho. E quem vai querer comprar roupas assim?

E a esta altura você já deve estar se perguntando como que a capital de um país em crise e com carência de produtividade e consumo se permite o “luxo” de parar por quase um mês.

Eu também me pergunto, assim como muita gente aqui, mas há vários poréns neste enredo. Em primeiro lugar, é preciso dizer que nem todo mundo sai de férias, e nem todas as lojas fecham –nas zonas turísticas, são muito poucas até. E quem fecha o faz por 15 ou 20 dias em média. Parece muito? Pois todos os anos ouço de algum madrilenho, a maioria idosos, que “antigamente, tudo se fechava o mês inteiro”.

Essa espécie de saudosismo alimenta um debate que se repete a cada verão, sobre se esse hábito é um luxo inviável em tempos de crise ou uma tradição que preza a qualidade de vida no lugar do incentivo ao consumo e ao trabalho excessivos.

Além disso, as portas fechadas no verão não são exclusividade espanhola. Até Paris, com temperaturas bem mais amenas que a vizinha espanhola, também tem parte do comércio interrompido ao longo da estação. Um amigo que vive lá me contou que até uma das melhores sorveterias da cidade sai de férias justo na estação em que poderia vender mais seus produtos.

Por aqui ainda não soube de alguma sorveteria que feche justo quando mais deveria estar refrescando gargantas secas pelo verão quase sem umidade daqui. Mas não há um bairro por aqui em que não se tope com a placa “cerrado por vacaciones (fechado por férias)” na porta de algum comércio.

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'Rebajas'

Por Luisa Belchior
16/08/13 12:09

‘Rebajas’ é a palavra em espanhol para liquidações, ou a tradução literal da tentação em forma de roupas baratas. Muito baratas.

As liquidações por aqui são estacionais, e a de verão é a mais concorrida. E um prato cheio para a economia espanhola, em épocas de consumo em baixa.

Por isso, desde o ano passado, cada governo regional podem decidir quantas queimas de estoque fazem ao ano. Até então, o governo central só permitia fazê-lo durante as liquidações de verão e inverno, nas quais, agora, o período de liquidação também passou a ser prolongado para além das datas até então estipuladas. No verão, elas iam de 1º de julho a 31 de agosto.

Em Madri, por exemplo, a farra começou mais cedo este ano, dia 21 de junho, e acabará só no fim de setembro. Ou enquanto as roupas durarem, claro.

O que, pelo andar das vendas até agora, tem sido pouco provável.

Não se sabe se por uma possível ligeira melhora da economia em julho, por conta dos empregos temporários de verão, ou pela quantidade de roupas disponíveis, mas este ano as vendas estão voando, ao menos em Madri.

Uma possível explicação é a climatologia. Fez muito frio nos meses prévios ao verão, e por roupas da estação mais quente acabaram ficando no estoque. Agora, há muitas e com preços ainda mais baixos.

E a tentação bem maior…

 

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Gibraltar, o 'hit' do verão

Por Luisa Belchior
14/08/13 10:11

Nem crise econômica, nem “mensalão espanhol”, nem filha do rei indiciada.

Depois de um semestre bombástico na Espanha, o assunto deste verão no país foi mesmo os conflitos com o Reino Unido por incidentes diplomáticos em Gibraltar.

Não é a primeira vez, nem provavelmente será a última, que ambos os países se choque pelo território de soberania inglesa dentro da península espanhola. Mas o encontrão desta vez acabou se alargando e tomando proporções bem maiores do que se esperava.

Há muita gente por aqui que enxerga uma clara estratégia do governo espanhol. Rodeada de crises –inclusive a que acusa o premiê de corrupção e exige sua saída do cargo– a equipe de Rajoy está alargando de propósito o episódio Gibraltar para abafar problemas internos que tem de enfrentar mesmo no recesso de verão.

Intencionalmente ou não, o alargamento do choque diplomático deve ultrapassar as férias, que terminam no fim do mês. Há protestos quase diariamente no local, filas no controle de fronteiras para entrar na Espanha têm durado até duas horas, a União Europeia entrará no caso, embora ambos os governos se mostrem bastante inflexíveis em ceder nas suas exigências.

No caso da Espanha, que o Reino Unido deixe de cercar, com blocos de concreto, a entrada a Gibraltar por mar, o que segundo o governo daqui impede o trabalho de pescadores espanhóis. Querem também o fim de contrabando de produtos do território inglês como o cigarro, bem mais baratos por lá. Já o Reino Unido acusa os espanhóis de abuso de autoridade no controle de fronteiras.

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Ambulantes, versão Madri

Por Luisa Belchior
12/08/13 09:35

Quem já teve chance de visitar alguma grande cidade europeia deve ter visto que, como em capitais brasileiras, por aqui também é bem comum vendedores ambulantes na rua.

Aqui em Madri, imigrantes africanos dominam a venda de produtos na rua. São em geral produtos como bolsas, CDs, DVDs, artigos de cabelo. Há uma discussão que vai e volta sobre isso –a maioria deles, segundo associações de imigrantes e ONGs de proteção a esses cidadãos, tem na venda desses produtos o único meio de sobrevivência. Muitos estão em situação irregular no país e, depois de entrar na Espanha em viagens de dias em pequenos barcos, são cooptados por máfias para vender produtos ilegais.

Quando cheguei aqui, me impressionou a similaridade com a dinâmica dos vendedores ambulantes do Rio de Janeiro, de onde sou. Em Madri como no Rio, eles montam e desmontam seus pontos de venda com a mesma velocidade e facilidade. E quando a polícia chega –uma cena muito comum de se ver no centro de Madri– eles puxam os dois cabos intercalados e amarrados nas quatro pontas do pano, que se transforma em uma trouxa, embrulhando e protegendo seus produtos.

Até ver isso pela primeira vez, achava que esse esquema –repetido exatamente da mesma maneira no Rio de Janeiro– era invenção e exclusividade do jeitinho brasileiro.

Hoje, caminhava pela Gran Via, a rua mais famosa da capital espanhola, quando um grupo deles montou em questão de segundos panos com produtos no chão:

 

 

 

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Destruição a toda costa

Por Luisa Belchior
09/08/13 06:35

Sempre que vou à costa mediterrânea da Espanha, algo mais comum agora no verão, vejo da estrada uma série de edifícios em construção no meio de povoados isolados. São heranças que o boom do mercado imobiliário deixou pelo caminho depois de ser arrasado pela crise financeira. Nos anos dourados desse mercado, entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, leis permissivas combinadas ao crédito fácil levaram o dinheiro do país à sua costa. Quando a crise chegou e o financiamento secou, muitas construções acabaram ficando pela metade, ao mesmo tempo que já abandonadas.

Retomo o tema não só por causa do verão –cujos frequentes 40ºC expelem a população aqui de Madri em direção às praias do país– mas por uma pesquisa, feita com base em imagens de satélites, que a ONG Greenpeace divulgou nesta quinta-feira. Segundo o estudo, só entre 1987 e 2005 o mercado imobiliário engoliu nada menos que 23% de toda a costa espanhola, que não é pequena –são cerca de 7.800km banhados pelo mar, pouco mais que o litoral brasileiro.

O avanço imobiliário sobre uma costa até pouco tempo atrás caracterizada quase exclusivamente por pequenos povoados e oliveiras não é novidade. O próprio Greenpeace realiza anualmente esse estudo, chamado de “Destruição a toda costa”, um jogo de palavras que denuncia a crítica da ONG ao governo espanhol. Este ano, porém, impressionou a proporção de solo próximo ao mar –quase a quarta parte– consumido por esse mercado em tão pouco tempo –18 anos. Se continuasse assim, alertou a ONG, a Espanha teria todos os metros quadrados da costa ocupados em pouco mais de 100 anos.

Neste ponto, a crise econômica agiu de forma positiva, porque pôs o freio automático a um mercado cuja velocidade a flexibilização da legislação espanhola ajudou a acelerar. Atualmente, o Congresso espanhol debate a reforma da Lei de Costas, que colocou ambientalistas e povoados mediterrâneos em pé de guerra com o governo de Mariano Rajoy. Isso porque o novo texto prevê a anistia a uma série de construções irregulares da costa. O próprio Greenpeace lançou esta campanha apenas para tentar derrubar o texto.

O foco da campanha é a costa mediterrânea, a mais afetada pelo mercado imobiliário segundo o estudo –a mais protegida é a de Astúrias, na costa cantábrica, enquanto que Ibiza, a meca do verão espanhol, é onde a destruição avança mais rapidamente.

Foi lá no Mediterrâneo, na altura de Alicante, que vi há cerca de dois meses este edifício gigantesco, ao lado de um extenso campo de oliveiras e de um grupo de casas. Apesar de parecer em construção, o prédio, projetado para ser um grande complexo de apartamentos de veraneio, está abandonado há mais de três anos:

 

 

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Férias com choques diplomáticos

Por Luisa Belchior
06/08/13 08:59

Com o Legislativo e parte do Executivo e do Judiciário em recesso de verão, agosto é, em teoria, um mês de poucas notícias na Espanha.

Em teoria.

Nesta semana, saiu de cena a crise da economia, mas entrou a da diplomacia. O país protagoniza estes dias dois incidentes com os governos de Marrocos e do Reino Unido, seus “parceiros” frequentes de encontrões diplomáticos.

Com o Reino Unido, a Espanha trava novo conflito por causa de Gibraltar, território inglês dentro da península espanhola. Como a Folha noticiou hoje, o governo de Mariano Rajoy estuda cobrar taxa de € 50 (R$ 152) a cidadãos que queiram atravessar a fronteira, em retaliação a uma tentativa dos ingleses de cercar a entrada por mar a Gibraltar.

O choque Madri-Londres, ainda sem sinal de uma solução, irritou o governo local, que apresentou nesta terça-feira protesto à Comissão Europeia.

Mas foi com Marrocos que a Espanha travou um incidente maior, por causa de uma trapalhada real que esteve a ponto de abrir uma grave crise diplomática entre os dois países.

No fim da semana passada, o rei marroquino Mohamed 6º concedeu indulto a um pedófilo árabe com nacionalidade espanhola, Daniel Galván, que estava preso havia dois anos no Marrocos por abusar sexualmente de 11 menores de idade.  Por um erro de seus assessores, que misturaram na mesma lista nomes de presos espanhóis que pediam o indulto e outros que apenas solicitavam a transferência para prisões da Espanha, caso de Galván, o rei marroquino assinou a liberdade de todos os nomes, em uma tentativa de agradar o monarca espanhol, Juan Carlos 1º, que visitava o país africano na época.

Antes de saber que se tratava de um equívoco, Espanha e Marrocos foram palco de fortes protestos pela libertação de Galván, que, surpreso com a decisão inesperada, correu de volta a Murcia, cidade espanhola onde foi catedrático.

O incidente diplomático cresceu quando os assessores de Mohamed VI alegaram à imprensa espanhola que o indulto havia sido solicitado pelo rei Juan Carlos 1º. A briga só não cresceu neste ponto porque a Casa Real espanhola reagiu com prudência, em um momento em que busca parceiros comerciais no Marrocos. Enviou representantes para reunir-se com o monarca do país, que reconheceu então o erro e anulou o indulto, demitindo depois seus funcionários.

Nesta terça-feira, os ministros de Justiça de ambos os países se reúnem em Madri para tentar uma solução definitiva ao caso de Galván, que foi preso em sua casa na Espanha e deve seguir sua condena, de 30 anos no total, em prisões do lado de cá. Mas o problema não termina aí: além de Galván, outros 28 presos espanhóis que também solicitavam apenas o translado ao país estão agora em liberdade pela trapalhada real.

Uma dor de cabeça que a diplomacia espanhola não pretendia levar para as férias de verão.

 

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'Not Spain'

Por Luisa Belchior
04/08/13 10:04

Não há uma vez que viaje para regiões espanholas onde há ou já houve movimentos de independência que não veja algum sinal de que, com maior ou menor intensidade, o separatismo ainda sobrevive em todas elas.

País Basco e Catalunha são os mais comuns, mas desta vez vi esse sinal na Galícia, região onde também há espasmos de independência, embora com bem menos força que nas duas regiões anteriores.

Este muro é de um prédio de uma zona residencial em Santiago de Compostela:

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Argois

Por Luisa Belchior
03/08/13 09:44

Durante minha estadia em Santiago de Compostela visitei Argois, o povoado ao lado de Santiago e exatamente em frente de onde o trem descarrilou –alguns vagões foram parar na porta das casas de lá.

Foram os moradores de Argois os primeiros a socorrer as vítimas e avisar aos bombeiros do acidente. Muitos deles entraram nos vagões para tirar passageiros feridos no braço, caso do filho do taxista Jose Cruz, cuja casa fica exatamente em frente ao trecho do acidente.

“O barulho foi brutal, pensamos que era um atentado terrorista. Eu estava fora de casa, mas como interditaram as entradas para o povoado, não podia entrar para ver a minha família”, contou o taxista, que nesta foto mostra o muro da sua casa com um enorme guincho para retirar os vagões de lá.

Os moradores de lá vêm recebendo uma série de homenagens nesses dias. São estrelas de entrevistas e reportagens, receberão prêmio de um jornal e serão condecorados pela prefeitura de Santiago.

Mas se dizem exaustos. Seu povoado, no qual muita gente foi morar como uma opção de vida mais tranquila, virou a base de uma parafernalha de máquinas para retirar os vagões descarrilados e consertar os trilhos.

Para não dizer de canais de televisão, que instalaram câmeras e pontos para sinal ao vivo ali, onde passam dia e noite.

Estive lá neste fim de tarde para acompanhar a passagem de mais um trem pelo trecho do descarrilamento, que já começa a ser restabelecido. O povoado fica em uma colina bem em cima da curva do acidente:

 

 


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A primeira viagem de trem

Por Luisa Belchior
02/08/13 09:09

Nesta sexta-feira fiz a primeira viagem de trem entre Madri e Santiago de Compostela depois do descarrilamento desta semana.

Não havia muita apreensão –até porque as atenções foram triplicadas nesta viagem, em que, além da Folha, estavam presentes uma equipe da Televisão Espanhola e outra equipe de imprensa francesa.

Pelos vagões que circulei, as pessoas pareciam estar bem tranquilas, embora as lembranças do episódio tenham sido inevitáveis.

No vagão da cafeteria, um dos mais destruídos no acidente, o garçom me contava que todos os seus colegas que estavam no trem naquele dia morreram.

E no momento em que o trem passou pela curva onde houve o descarrilamento, quase todo mundo se aglomerou na janela direita para ver a manobra.

O nosso trem passou pelo trecho a cerca de 30 km, bem menos que os quase 200 km por hora que o trem acidentado cumpria ao passar pelo mesmo trajeto.

Deixo aqui algumas fotos da viagem:

O vagão da cafeteria, o mais moderno do trem mas também, pela sua posição, um dos mais destruídos no descarrilamento

 

Passageiros colam na janela no momento da curva do descarrilamento

 

 

Na estação de Santiago de Compostela, trens passavam com muita cautela e velocidade mais baixa que o comum, segundo me contaram agentes de segurança de lá

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'Fin de la cita'

Por Luisa Belchior
01/08/13 17:09

Era para ser sério. O premiê Mariano Rajoy compareceu hoje ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre denúncias de envolvimento no esquema de caixa dois de seu partido. Em rede aberta, a TV emitia, das 9h às 14h e sem interrupção, o intenso debate, em que oposição e partidos menores pediam a renúncia de Rajoy.

Mas o protagonista disso tudo acabou sendo cômico. Entre tantas possíveis frases de impacto que podiam sair hoje do encontro, a que ganhou disparado todas as redes sociais e até os noticiários televisivos da hora do almoço, além de sites de jornais, foi uma expressão dita por engano por Rajoy repetidas vezes: “fin de la cita”, ou fim da citação.

A expressão aparecia no final de cada frase dita em outras ocasiões pelo líder da oposição, Alfredo Pérez Rubalcaba, que o premiê citava, lendo em suas anotações. Aparentemente, o “fim da citação” escrito em seu roteiro era apenas uma instrução, mas Rajoy o leu oito vezes em seu discurso, e já pela terceira vez vários deputados não conseguiam segurar o riso, como mostravam as televisões. Depois, os outros discursantes, Rubalcaba incluído, também adotaram o “fim da citação”.

Em menos de uma hora, a hashtag #findelacita foi criada no Twitter e virou trending toping por aqui. No Facebook, a expressão virou “meme” e rapidamente surgiram centenas de montagens fotográficas com ela.

Neste programa abaixo, uma TV argentina ironizou o episódio:


O “El País” noticiou o meme e publicou um post com a frase de título. Agora de noite, o principal jornal da TVE (Televisão Espanhola), também deu reportagem sobre o ‘fin de la cita’.

Mas a descontração não descartou momentos de tensão. E muita. Os líderes de todos os partidos não se convenceram com as alegações de Rajoy. O premiê reconheceu que errou ao dar apoio ao ex-tesoureiro de seu partido, Luis Bárcenas, que está preso e é apontado como o operador do suposto esquema de caixa dois. Mas alegou que só o fez porque partiu do princípio da presunção de inocência, e, por isso, não vai renunciar.

Os parlamentares pediram, em vão, mais explicações, e um deles, o catalão Joan Coscubiela, chamou Rajoy diretamente de “corrupto”, gerando um rebuliço no Parlamento. O líder da oposição diz que segue com intenções de pedir a menção de censura, mecanismo que pode levar a uma renúncia forçada do premiê e que será analisado em setembro, quando a Espanha volta das férias de verão.

Mas nas portas do Senado, onde aconteceu o debate, os risos estampados na cara dos parlamentares denunciavam: o “fin de la cita” foi o protagonista do dia.

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