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Luisa Belchior

Diário Ibérico

Perfil Luisa Belchior é correspondente-colaboradora em Madri

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Ministro 'no vácuo'

Por Luisa Belchior
04/06/13 20:11

O ministro de Educação espanhol, José Ignácio Wert, é a “persona non grata” do momento por aqui, como contei mês passado. Autor de uma reforma na Lei de Educação que angariou oposição de quase todos os setores da sociedade, Wert é frequentemente vaiado em atos oficiais, xingado na rua e até impedido de entrar em museu.

Mas o que lhe passou hoje foi inédito. Em um ato de premiação aos melhores estudantes da Universidade Complutense de Madri, o ministro foi solenemente ignorado por alguns dos premiados.

Wert era encarregado de entregar um diploma que, segundo o protocolo, seria seguido de um aperto de mãos. Mas foi ignorado por dez dos 126 premiados, que puxaram o diploma de sua mão e saíram caminhando. Além, claro, de ter recebido vaias da plateia.

Mesmo sob chuva de críticas que vem recebendo de todos os lados, principalmente da classe acadêmica, o ministro parece mostrar certa surpresa com o “vácuo” de aperto de mãos. Vejam a cena neste vídeo.

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Próxima estação, publicidade

Por Luisa Belchior
03/06/13 16:45

A exploração comercial do nome das estações de metrô no Rio pretendia fazer, como a Folha noticiou no mês passado, chegou à Madri este mês. Mais especificamente ao “coração” da extensa rede subterrânea da capital espanhola: a estação de Sol.

Ou melhor, “vodafone Sol”, como se chama desde sábado a principal parada do metrô madrilenho. Para ter seu nome, e até logotipo, estampados em Sol, a Vodafone pagará cerca de € 1 milhão ao ano ao governo madrilenho.

Hoje de manhã passei por lá para ver como tinha ficado:

E o nome não está só nas saídas de Sol, mas também em todas as outras estações que fazem referência a essa parada. Lá embaixo ficou assim:

Como aconteceu no Rio –onde o governo do Estado acabou proibindo a comercialização do metrô– a mudança provocou revolta entre os madrilenhos, ainda pouco acostumados com a prática de compra de espaços públicos por empresas em troca da divulgação de seu nome neles.

Quando cheguei há Madri, há quatro anos, essa publicidade escassa me chamou a atenção. Até porque vinha do Rio, onde empresas estampam seus nomes em qualquer espaço viável, de casas de show a eventos culturais e esportivos.

Mas pouco a pouco isso vai mudando por aqui. Primeiro porque o governo regional de Madri, do conservador Partido Popular, é bem próximo ao mundo empresarial daqui e, por isso, aberto à sua entrada nesses espaços públicos.

Segundo porque…crise. Só a mudança do nome da estação de Sol vai render ao endividado governo madrilenho um décimo de tudo que ganha hoje com publicidade. E isso até 2016.

A Vodafone alegou que esse patrocínio em troca de seu nome no metrô aliviará as dívidas de Madri e, por isso, é interessante para ambos. Disse também que isso não é um espólio, já que a propriedade não é transferida para a empresa.

A ideia não é exclusividade da companhia, nem de Sol. Na semana passada, a estação de Callao, bem turística e famosa por estar embaixo de duas salas de cinema míticas, foi completamente “embrulhada” por uma enorme publicidade do filme “O Grande Gatsby”. Deem uma olhada:

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Panela espanhola

Por Luisa Belchior
02/06/13 22:46

Abro aqui uma pequena anedota sobre a repercussão do atentado na maratona de Boston. Aqui na Espanha as panelas onde estavam as bombas que explodiram em diferentes pontos da competição viraram protagonistas em jornais, sites e programas de televisão.

Isso porque elas foram fabricadas na Espanha, em uma fábrica no País Basco.

A notícia chegou por aqui depois que o FBI revelou ter encontrado restos de uma panela de pressão da marca Fagor, fabricadas aqui.

A exportação é praticamente o único que vai bem na economia espanhola. O governo vem buscando, com viagens constantes a mercados potenciais como o Brasil, abrir espaço no mundo para sua indústria e divulgar seus produtos, para suprir a queda constante no consumo interno.

Mas não era exatamente esse tipo de divulgação que a indústria espanhola buscava.

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Sem dinheiro, com orgulho

Por Luisa Belchior
30/05/13 15:42

A Espanha está em crise e não nega. Falta crédito, confiança, dinheiro em caixa. Mas não orgulho.

E por isso o país não engoliu as recomendações, em tom de ordem, que recebeu ontem da União Europeia como condicionais para adiar o cumprimento da meta de déficit imposta pelo bloco. Em rara concordância, governo e oposição passaram o dia hoje reunidos para dar uma resposta conjunta –e negativa– às imposições do bloco.

Ontem, depois de apelos contínuos, a União Europeia aceitou conceder mais margem para a Espanha cumprir as metas de déficit nos próximos anos. Pelo novo acordo, o governo espanhol pode fechar 2013 com 6,5% de déficit, dois pontos percentuais acima do acordado anteriormente.

O premiê Mariano Rajoy sabe que isso é um senhor alívio, já que, quando assumiu o governo, a UE exigia da Espanha chegar aos 3% de déficit este ano, o que é matematicamente impossível hoje por aqui.

Rajoy, um dos mandatários europeus mais obedientes às orientações austeras do bloco, já vinha levantando a voz contra a meta apertada de déficit. Dizia, fazendo coro a seu colega François Hollande, premiê francês, que os níveis exigidos pela UE tornariam impossível a retomada do crescimento na Espanha.

A UE acatou, mas, em troca de alargar o prazo para o déficit, impôs ontem uma série de “recomendações” ao espanhol. Em troca da concessão, exige mais reformas, como a das pensões, e subir mais impostos.

São justamente esses dois pontos –impostos e pensões– os mais polêmicos por aqui. Rajoy, que em sua campanha prometera não mexer em nenhum dos dois mas ano passado já subiu impostos, sabe que mexer em ambos gera uma forte tensão social no país.

Por isso, bateu a perna e se mostrou reacionário à ordem do bloco, que exige “uma aplicação rigorosa e pontual” de suas orientações e avisou que vigiará mais de perto a execução de reformas e novos cortes por parte do governo espanhol.

A Espanha não gostou nada do aviso. Para um país que não está sob resgate, como Portugal e Grécia e, por isso, não precisa prestar contas de um empréstimo, soou como ameaçador.

Por isso, governo e oposição se uniram hoje para chegar a uma declaração comum a ser apresentada em junho no Conselho Europeu.

E olha que não é nada, nada fácil que esses dois lados cheguem ou sequer tentem chegar a um acordo. Eles só costumam mostrar união, e neste caso indiscutível, em políticas e ações contra o grupo terrorista basco ETA.

Mas hoje quiseram mostrar que, segundo eles, mesmo em crise, a Espanha ainda tem voz.

 

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Praia com desemprego ou chuva sem ele? Parte 2

Por Luisa Belchior
28/05/13 12:50

CÁDIZ

Ano passado, nesta mesma época, falava neste post de dois tipos de qualidade de vida que a Europa levou a extremos: a de uma ilha espanhola com quase metade da população em desemprego mas com praia, bom tempo e a dolce vitta mediterrânea, e a de uma cidadezinha no País de Gales também à beira-mar, com bons índices de emprego e acesso quase pleno ao estado de bem-estar social, mas sob chuva e frio o ano inteiro que impedem seus moradores de usufruir da praia.

Naquela época, passava uns dias em Swansea, cidade galesa à beira do Atlântico. Hoje, quase um ano depois, estou no outro extremo do Atlântico e de qualidade de vida na Europa: Cádiz, no sul da Espanha, outra pequena cidade à beira-mar, uma das mais antigas da Europa ocidental, porto de saída e chegada de embarcações na época do Descobrimento, onde se assinou a primeira Constituição da Europa.

E, sobretudo, o tipo de lugar que você chega e custa ir embora: praias extensas, bom tempo, peixe frito e frutos do mar baratos, frutas e vegetais frescos, gente simpática, alegre e tranquila, uma catedral imensa, ruelas medievais ainda rodeadas por uma muralha, silêncio só interrompido pelo barulho do mar, o som dos músicos tocando na rua e pessoas rindo.

Mas –e com este porém peço desculpas a quem já pensava em arrumar as malas e tocar o barco para Cádiz– é também a província com a maior taxa de desemprego de toda a Espanha atualmente. No primeiro trimestre do ano, esse índice chegou a nada menos 41% por aqui, bem acima dos já assustadores 27% da média em toda a Espanha. O nível desemprego em Cádiz é quase quatro vezes o da média europeia.

Um índice cujos efeitos vi em menos lugares que imaginava encontrar. O trem de alta velocidade Madri-Cadiz, um trajeto caro, estava quase todo cheio, assim como o sentido contrário. Pedintes na rua, só vi uma mulher, com uma lata de cerveja na mão e um cigarro em outra.

O setor hoteleiro, que segundo noticiava o jornal local do dia perdeu mais de 10 mil empregos com a crise, também não parecia vazio. No meu hotel, a ocupação era de 75% em uma segunda-feira, quando vi muitos turistas passeando nas ruas também. Aliás, entre os hóspedes que tomavam café da manhã comigo, todos eram…ingleses, atrás de sol e praia.

E daí que voltei a lembrar dessa ambiguidade sobre a qual escrevia há um ano. É claro que a crise aqui é evidente, se não nas estatísticas de desemprego, nas notícias do jornal do dia como “balança comercial de Cádiz no vermelho”, “viúva analfabeta processa banco por fraude com sua conta”, “milhares de postos de trabalho perdidos em hotelaria”.

Mesmo assim, todas as pessoas da região com as quais conversei do tema –dos taxistas a pais brincando com os filhos no parquinho, passando por garçons, jovens sentados em um bar, o piloto do barco e vendedores em loja de conveniência — repetiam frases similares, embora não negassem a crise: “aqui se vive bem”, “é um lugar muito tranquilo”, “o tempo bom ajuda muito”, “há uma mágica aqui”, “não troco por nada”.

Então, volto ao mesmo questionamento que fiz há quase um ano, passando a bola para que vocês me respondam com opiniões: na Europa, você preferiria viver em um país com a segurança de uma economia estável mas que vê o sol apenas alguns dias do ano e cujas frutas têm sabor a plástico ou em outro com temperaturas amenas e alimentos frescos à beira do Mediterrâneo mas com as finanças na corda bamba e ameaças constantes de desemprego?

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'Espanha não é uma república'

Por Luisa Belchior
24/05/13 02:29

Uma tentativa de entrevista ao premiê espanhol Mariano Rajoy por uma TV colombiana hoje virou motivo de piada ao longo de todo o dia por aqui.

Rajoy aceitou, em uma raríssima concessão, dar uma entrevista exclusiva ao ser abordado por um repórter colombiano durante reunião que participava em Cali. Ao introduzir a entrevista, o repórter apresentou o premiê como “o presidente da República da Espanha”.

É verdade que há um movimento forte por aqui para que o país se torne de fato uma república. Enquanto isso não acontece, a Espanha é ainda é uma monarquia constitucional.

O premiê, segundo contaram os meios daqui que acompanhavam a cena, interrompeu e corrigiu o repórter, que, em uma segunda tentativa, cometeu um novo erro, chamando o país comandado por Rajoy de “Reino Unido da Espanha”.

“Melhor só presidente da Espanha”, interpelou Rajoy.

Na terceira tentativa, a interrupção foi do operador de câmera, que informou estar sem bateria, dando fim, assim, a uma entrevista que nunca aconteceu e que causou certa indignação por aqui.

Sobretudo porque Rajoy não é nada dado à imprensa, cujas relações com o governo esfriaram bastante desde que o premiê conservador chegou ao poder. Hoje em dia, ele nunca faz entrevistas coletivas –para isso escala sua vice, Soraya de Santamaría, que por isso virou o rosto do governo na mídia.

E quando vai a alguma, raramente admite perguntas, o que vem gerando muitos protestos e ameaças de boicote a coletivas do governo por parte da imprensa espanhola.

No começo do ano, depois de o jornal “El País” revelar um suposto esquema de financiamento ilegal dentro do PP (Partido Popular), do qual Rajoy é líder, o premiê convocou a imprensa para declarar sobre o caso. Só que, no lugar de aparecer na sala da coletiva, enviou uma mensagem exibida em um telão, o que chocou a imprensa daqui, e a montagem abaixo se espalhou pelas redes sociais no dia:

 

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Tuberculose na Europa ainda mata

Por Luisa Belchior
23/05/13 12:13

A morte de um imigrante aqui na Espanha por tuberculose após ser liberado de um hospital com diagnóstico de bronquite destapou uma briga que o governo espanhol e médicos vêm travando desde setembro do ano passado. Naquele mês, o governo da Espanha passou a proibir o atendimento médico em hospitais e centros de saúde em todo o território nacional a estrangeiros sem documentação.

Foi por isso que o senegalês Alpha Pam não pode passar por exames que diagnosticassem sua doença em um hospital na ilha de Mallorca, segundo revelaram hoje os médicos de lá. Nesta manhã, eles abriram oficialmente uma guerra com o governo: fizeram um protesto contra a administração regional de Mallorca, que, quando o caso veio à tona, na semana passada, acusou erro médico e, ontem, destituiu o gerente do hospital.

Hoje, eles colocaram a boca no trombone: disseram estarem sendo usados como cortina de fumaça para uma política de governo que começa a ter consequências fatais, como a do jovem senegalês.

Como contei na época aqui no blog, a norma aprovada em setembro do ano passado pelo governo gerou muita revolta de parte da classe médica e até governos regionais, que se negaram, e se negam a ter hoje, a cumprir a nova lei por considerá-la incompatível com o princípio de médicos de não negar atendimento a qualquer tipo de pessoa.

Desde o último governo, socialista, a Espanha se destacava na Europa e em todo o mundo por ser um dos únicos a prestar serviços de saúde a imigrantes indocumentados. A premissa era que, uma vez em solo espanhol, todas as pessoas, quaisquer que fossem suas condições e situação jurídica no país, tinham direito à saúde.

O atual governo, do conservador Mariano Rajoy, derrubou a norma, sob fortes protestos, como eu disse. A equipe de Rajoy disse que ela era necessária para barrar também o chamado “turismo de saúde” na Espanha, europeus do norte que vinham ao país porque aqui tinha acesso a tratamentos vetados na saúde pública de seus países.

O caso do senegalês Alpha Pam é uma consequência extrema do outro lado da moeda. Pam, segundo relatório do governo local, não foi submetido a radiografias que lhe detectariam facilmente a existência da tuberculose, uma doença que, por incrível que possa parecer, voltou a matar na Europa, sob as condições atuais.

Coincidentemente, hoje a a Anistia Internacional divulgou estudo sobre refugiados e imigrantes no qual alerta para a piora das condições a imigrantes na União Europeia.

 

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Evasão fiscal na Europa

Por Luisa Belchior
22/05/13 02:44

Não é de hoje que milionários europeus depositam suas fortunas em paraísos fiscais, muitos deles dentro mesmo da Europa –Malta, Chipre, Jersey, Luxemburgo e Suíça, por exemplo.

A diferença é que, em tempos de crise, os governos europeus voltaram a abrir os olhos para o que deixam de arrecadar com a evasão fiscal, que, por isso, virou um tema central por aqui este ano.

Por isso, hoje líderes da União Europeia se reuniram em Bruxelas  para discutir especificamente fraude e evasão fiscais no continente e, mais importante, forma de combatê-las.

A cúpula, como muitos por aqui, acabou sem muita proposta concreta, embora tenha sugerido um intercâmbio mais direto de informações fiscais entre países.

Um recente exemplo dessa colaboração bilateral aconteceu entre a Espanha e Suíça. Em uma parceria, trocaram informações permitindo à Justiça espanhola descobrir contas com cerca de € 2,5 bilhões (R$ cerca de 6,5 bilhões) no nome do ex-tesoureiro do Partido Popular, Luis Bárcenas, investigado por comandar suposto esquema de financiamento ilegal do partido, líderado pelo atual premiê Mariano Rajoy.

Como eu disse, foi só uma proposta de Bruxelas, mas transmitida em tom de urgência, na tentativa de que uma provável resolução sobre o tema já possa aliviar o sistema deficitário de alguns governos, caso da Espanha.

Hoje, a UE calcula que tem por ano prejuízos de € 1 trilhão (R$ 2,6 trilhões) –quase o PIB (Produto Interior Bruto) total da Espanha– com os desvios ficais.

 

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Museu proíbe entrada de ministro

Por Luisa Belchior
20/05/13 20:51


BARCELONA

A rejeição à nova Lei de Educação da Espanha, como contava há alguns dias neste post, é unânime por aqui, tirando a igreja católica e o partido do governo, o PP, que internamente também se divide sobre a reforma.

Mas na Catalunha o rechaço é em dobro, porque um dos pontos da reforma prevê mudar radicalmente o sistema de ensino na região. A nova lei determina que ao menos metade das aulas das escolas espanholas sejam em castelhano, idioma que na educação catalã se limita a duas horas semanais.

Por isso, o ministro de Educação, José Ignácio Wert, virou um dos principais inimigos do ensino catalão, que desde a reabertura democrática adota o modelo de imersão linguística. O que quer dizer que todas as aulas são ministradas em catalão, e apenas duas horas por semana os alunos aprendem castelhano.

Por isso, aqui em Barcelona não são poucas as manifestações contra Wert. A desta foto que reproduzo abaixo encontrei na porta do museu de invenções da capital catalã:

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Invista na crise e leve a cidadania

Por Luisa Belchior
20/05/13 19:58

Se você fosse um investidor, apostaria em um país em crise econômica, governos endividados, desemprego de quase um terço da população economicamente ativa? Antes que você pense na resposta, faço um adendo à pergunta: você investiria neste mesmo país se, de cara, isso lhe garantisse o direito de viver e transitar livremente pela Europa e uma futura cidadania europeia?

Essa moeda de troca, já usada por Portugal, será aplicada também pela Espanha, segundo anunciou hoje a ministra de Trabalho do país, Fátima Báñez.

Levará a residência espanhola qualquer estrangeiro com a ficha limpa em seu país e que fizer na Espanha um investimento “economicamente relevante”, que gere postos de trabalho no país, que tenha um “impacto sócio-econômico relevante” ou ainda suponha uma “contribuição relevante na inovação científica ou tecnológica”.

E quem vive ou já viveu aqui  sabe bem das dificuldades e burocracia para fazer e manter um visto de residência europeu.

O anúncio da ministra espanhola integra da nova Lei de Empreendedores, parte de um novo pacote de reformas que o governo espanhol prepara para este ano, com mudanças voltadas ao incentivo à iniciativa privada e à geração de empregos nela.

A Espanha quer reaquecer a sua economia, motivar os investimentos, o consumo. E sabe que investidores estrangeiros são peça-chave para isso, porque aqui dentro há pouco incentivo a empreendedores nacionais, sobretudo de pequenas e médias empresas.

Brasil e Rússia são os dois principais pólos potenciais de atração para isso, já falava o premiê Mariano Rajoy no fim do ano passado, ao comentar sobre essa possível concessão de visto a estrangeiros.

Na época, Rajoy disse ter a intenção também de abrir a porta com o visto de residência à quem compre imóveis em solo espanhol por ao menos € 160 mil euros (R$ 417 mil), valor que cobre bons imóveis em localizações privilegiadas de Madri, por exemplo. Vale lembrar que a crise econômica espanhola, que tem seu cerne na bolha imobiliária do país criou um estoque de cerca de 700 mil imóveis hoje vazios. O que, naturalmente, fez os preços despencarem, como contei aqui ano passado neste caso.

Em Portugal, a mesma medida já está valendo e é ainda mais flexível em termos burocráticos, embora os valores mínimos para investir sejam mais altos. No vizinho ibérico, quem comprar um imóvel de ao menos € 500 mil euros (R$ 1,3 milhão) leva a residência europeia sem nem sequer ter de fato que morar no país. Basta estar por aqui ao menos uma semana no primeiro ano da compra e duas semanas a partir do segundo ano.  

Agora sim, adendo feito, respondam à pergunta!


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