Contra os cortes, aulas nas ruas
28/11/12 20:28Você assistiria a uma aula de como operar um cachorro a céu aberto e sob uma temperatura de 1ºC?
Não sei você, mas estudantes de Medicina da Universidade Complutense de Madri sim. E não estiveram sozinhos: 129 professores da instituição saíram hoje das salas de aula convencionais e lecionaram nas ruas da cidade no dia mais frio deste outono.
Foi a maneira que alunos e professores universitários de Madri escolheram desta vez para protestar contra os cortes em Educação promovidos pelo governo do premiê conservador Mariano Rajoy. No Orçamento de 2013 que o Congresso acaba de aprovar, a verba para as universidades de Madri sofreram um corte severo: 165 milhões de euros menos que em 2012, de um total de 863 milhões de euros.
Para tentar compensar, as universidades públicas estão aumentando bastante o valor das taxas que os alunos têm de pagar a cada ano para cursar estudos de graduação e pós-graduação, e daí a revolta dos alunos e sua disposição em encarar aulas no frio.
Pela manhã e pela tarde, aulas de cursos como Medicina, Física, História, Filologia aconteceram em vários pontos da cidade, desde praças até restaurantes. Com mega-fones, professores davam aulas enquanto a imprensa registrava o protesto e os alunos, sentados no chão ou dividindo cadeiras, faziam anotações.
Os de Medicina que comentava no início do post tiveram hoje lições de cirurgia animal em plena praça da Espanha, uma das principais da cidade. A Porta do Sol, uma livraria e restaurantes também fizeram as vezes de sala de aula hoje, abertas a quem quisesse assistir.
Foi, por isso, uma manifestação bem pacífica e descontraída, com música em alguns casos. Os organizadores do protesto abriram até este blog para informar onde aconteciam as aulas.
Já comentei aqui antes sobre as maneiras criativas de protestar que os espanhóis têm encontrado para além de manifestações com cartazes nas ruas. Além de imaginativas, elas costumam ser bem aceitas pela população em geral porque não geram conflitos nem atrapalham o trânsito.
Mais que problemas de deficit regional e mais do que Bancos se afundar em bilhões de euros de irresponsabilidade, está em causa no mundo o sistema capitalista que está virando um casino, onde a jogatina de capitais gira velozmente e o títulos comprados dos “abutres” do ganho facil, arruina a sociedade. Esse capitalismo tem pouco de real e a administração publica menos ainda, quem paga por esse casino é a população. Quem diria qdo. se falava do comunismo, ha gente que tem saudade!